O recado dos militares
As palavras do vice-presidente Hamilton Mourão, ontem, em Santa Catarina, representam exatamente o que pensa a cúpula das Forças Armadas brasileiras sobre “os mares não tranquilos”. Ele é, segundo dizem alguns generais em conversas reservadas, o único que pode falar sem ferir susceptibilidades palacianas.
Vale lembrar a fala do vice-presidente: “Os mares não estão tranquilos, porque vídeos são divulgados, incandescem as redes sociais, as pessoas não raciocinam sobre aquilo que estão escrevendo, emoções são colocadas à flor da pele”. E lembrou com todas as letras: “Isso será superado com a tríade clareza, determinação e paciência. Fazer do Brasil a mais vibrante e mais próspera democracia liberal do Hemisfério Sul. Aqui, ninguém está atentando contra a democracia”.
Onde mora a preocupação
As bolsas intrnacionais, em queda por causa do efeito coronavírus, não vão voltar a subir tão cedo. É que, no mercado, essa turma que gosta de prever o futuro aposta num crescimento econômico modesto para o primeiro quadrimestre. Ou seja, um terço do ano será praticamente perdido.
Me dê motivo
Quem esteve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, antes do carnaval, considera que ele estava à beira da exaustão. Seus amigos têm dito que Guedes tem plano, planejamento e equipe. Só falta tranquilidade para trabalhar e poder negociar com o Congresso.
Em nome de Jesus
O apoio do presidente Jair Bolsonaro à reeleição do prefeito Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, está diretamente relacionado a um pedido dos evangélicos. É que, depois que o papa Francisco recebeu Lula, Bolsonaro decidiu dar mais corda aos evangélicos. Falta combinar com o povo de Deus, que ainda não está muito interessado em eleição e avalia mal a administração do prefeito carioca.
“Aqueles que defenderam o orçamento todo impositivo, e deram todo o poder ao relator, são todos governo. Eu mesmo vou votar pela manutenção do veto”
Do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), numa espécie de alerta a Bolsonaro
Pelé e Gilmar/ Todos os estrangeiros que chegam ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes (foto) levam um susto ao ver tantas fotos do rei Pelé. Sem esconder uma certa ironia, ele brinca: “Fomos companheiros”. E o interlocutor, incrédulo, começa uma bateria de perguntas, do tipo: em que time o ministro jogou com Pelé?, em que posição?, e por aí vai.
Gilmar e Pelé/ O ministro, sem esconder o riso do tipo “te peguei”, responde: “Foi no governo do Fernando Henrique Cardoso. Ele era ministro do Esporte e eu da Advocacia-Geral da União”.
Pânico instalado/ Uma cena deixou moradores de Belo Horizonte estarrecidos. Uma mulher que ia ao cardiologista para avaliação de seu transplante de coração e, sob recomendação médica, usava máscara, demorou horas para conseguir embarcar num Uber. O primeiro motorista do aplicativo que chegou simplesmente arrancou com o carro quando notou a máscara, deixando-a no meio da rua.
Esse vírus ninguém mata/ Os lojistas colocaram o preço das máscaras e do álcool gel nas alturas. As pessoas não perdem a chance de lucrar, ainda que seja com o pânico ou com a desgraça alheia. Diante disso, até agora parece que o poder público lavou as mãos.