Politica

Bolsonaro posta um terceiro vídeo como sendo o divulgado por jornalista

Presidente se defende mais uma vez da acusação de que teria disparado mensagem convocando pessoas para manifestação contra Congresso e STF

Correio Braziliense
postado em 28/02/2020 19:41

Presidente se defende mais uma vez da acusação de que teria disparado mensagem convocando pessoas para manifestação contra Congresso e STFO presidente Jair Bolsonaro postou um terceiro vídeo em seu perfil oficial do Facebook, na noite desta quarta-feira (28/2), atribuindo a gravação à publicação da jornalista Vera Magalhães, do Estadão. A peça divulgada é de 2015, mas nada tem a ver com os vídeos que o presidente encaminhou para vários contatos, convocando a população para manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF), e revelados pela repórter.

 

Na terça (27), durante a live semanal, Bolsonaro já havia dito que o vídeo era de 2015, embora as duas peças de convocação para protestos mostrassem imagens da facada que o presidente levou durante as campanhas presidenciais e de um passeio de moto que fez no mesmo ano. Agora, o presidente tenta fazer crer que a convocação para as manifestações do próximo dia 15 nada tem a ver com ele.

 

“O vídeo abaixo chegou ao conhecimento da jornalista Vera Magalhães que, na sede de um FURO JORNALÍSTICO, publicou matéria como se eu estivesse convocando ato para as manifestações de 15/março/2020. Ela, certamente por má fé, não atentou que o vídeo era de 2015, onde houve uma manifestação no dia 15 de março (domingo) daquele ano contra o governo do PT. Como se não bastasse ela ainda mentiu dizendo que eu atacava o Congresso. Na verdade esses (sic) figuras não se cansam de praticar um péssimo jornalismo e prejudicar o Brasil”, disparou o presidente.

 

No vídeo, Bolsonaro aparece falando em um local que aparenta ser uma praia. “Quem não estiver de serviço, como cidadão, assim como eu, vamos participar desse movimento. O que está em jogo é o futuro do país. Não precisamos chegar à situação que está a Venezuela para tomar uma providência. Todos nós somos brasileiros e quem tem que sair daqui são eles. Então, Brasil acima de tudo e até o dia 15, ok?”, afirma o então deputado Jair Bolsonaro. Na filmagem, ele não diz, no entanto, o mês.

 

 

A tentativa de desacreditar a repórter tem sentido. A convocação de Bolsonaro para as manifestações contra os demais poderes causou grave mal-estar e poderá custar ao presidente o pouco capital político que resta com os deputados e senadores. Na terça, líderes partidários da Câmara vão se encontrar para debater a iniciativa de Bolsonaro.

 

Nos vídeos que o presidente passou por whatsapp, diferente do que foi publicado nas redes nesta quarta, constam cenas da facada desferida contra Bolsonaro e da recuperação do então condidato no hospital. Um narrador afirma que Bolsonaro “está enfrentando a esquerda corrupta e sanguinária” e que o presidente é a “única esperança de dias cada vez melhores”. “Vamos mostrar que apoiamos Bolsonaro e rejeitamos os inimigos do Brasil”, afirma um trecho.

 

Além do vídeo, convocações nas redes sociais incluíram montagens com imagens de militares, incluindo o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, e o chefe do Gabinete de Segurança Institucional GSI, general Augusto Heleno, pedindo a saída dos presidentes do Congresso e Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Com um dia de atraso, tanto Mourão quanto Heleno repudiaram o uso das respectivas imagens no banner.

 

 

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