O governador Flávio Dino (PCdoB-MA) disse, ontem, que prefere ver o apresentador Luciano Huck fazendo discursos e campanhas para a corrida presidencial de 2022 do que presenciar o ministro da Economia, Paulo Guedes, hostilizando empregadas domésticas.“Vejo que o Luciano Huck tem apresentado, hoje, um discurso na perspectiva social democrática, defesas de medidas contra a desigualdade, um sistema tributário mais justo. Eu o prefiro fazendo esse discurso do que agredindo as empregadas domésticas”, afirmou, em entrevista ao CB.Poder, parceria entre o Correio e a TV Brasília. A crítica do governador foi em relação à declaração de Guedes de que o dólar alto não é um problema e que estava na hora de parar com a “festa” de até empregadas domésticas irem a Disney.
Dino também comentou sobre o “desafio” feito aos chefes de Executivos pelo presidente Jair Bolsonaro para que zerassem o ICMS dos combustíveis. “Na verdade, não há uma proposta do presidente da República. Não há estudo técnico do governo, e nós estamos aguardando. Se Bolsonaro acha que deve reduzir impostos, e nós concordamos, é preciso que o governo federal formalize isso ao Congresso mediante a reforma tributária”, destacou. “Eu sou daqueles que defendem que o ICMS não deva existir. Agora, é preciso fazer isso de modo sistêmico, sério e responsável. E, em contrapartida, tributar as altas rendas, os lucros e os dividendos aqueles que ganham milhões de reais e que não são tributados hoje.”
Perguntado sobre como reduzir a desigualdade no Brasil — de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2018, 13,5 milhões de pessoas viviam no Brasil com uma renda de até R$ 145 por mês —, Dino pontuou que precisa haver cooperação entre os governos. “Políticas públicas são caminhos determinantes para que você consiga reduzir a desigualdade. A elevação de renda depende da retomada do crescimento”, disse. “Nós estamos lutando por isso, e eu sou daqueles que remam a favor do Brasil para que a economia volte a crescer e a gerar empregos. Agora, é preciso que os governos, inclusive o federal, façam sua parte.”
O ex-juiz federal falou, ainda, sobre eleições e ressaltou ser necessário reunir forças para evitar uma possível vitória de Bolsonaro e da “extrema direita”, como definiu, em 2022. Na avaliação dele, caso não haja essa harmonia, o presidente vencerá com folga. “Não tenho nada contra ele, eu só acho que é um caminho errado para o Brasil.”
*Estagiário sob a supervisão de Cida Barbosa