O Greenpeace não foi o único alvo, ontem, do presidente Jair Bolsonaro. Ele também criticou o texto do papa Francisco, depois que o pontífice pediu a proteção da floresta amazônica. O documento intitulado Exortação Apostólica Pós-Sinodal Querida Amazônia foi publicado na quarta-feira.
Bolsonaro também alfinetou ambientalistas por causa de incêndios na Austrália. “Pegou fogo na Austrália toda, ninguém fala nada. Cadê o sínodo da Austrália? O papa Francisco falou que a Amazônia é dele, de todo mundo.” Em seguida, o chefe do Executivo disparou: “Por coincidência, estava aqui com o embaixador da Argentina (Felipe Solá), eu disse: ‘O papa é argentino, mas Deus é brasileiro’”.
No documento, o papa endossou o papel dos povos indígenas como guardiões da floresta. Ele disse que “às operações econômicas, nacionais ou internacionais, que danificam a Amazônia e não respeitam o direito dos povos nativos... há que rotulá-las com o nome devido: injustiça e crime”.
O posicionamento de Francisco ocorre após Bolsonaro ter assinado projeto de lei que propõe a liberação de áreas indígenas para a exploração de minérios e agricultura, entre outras atividades.
A reação de Bolsonaro coincidiu com a visita do ex-presidente Lula ao papa, ontem. Nas redes sociais, o petista postou: “Encontro com o Papa Francisco para conversar sobre um mundo mais justo e fraterno”. (IS)