Criticado por ter dito que o dólar alto não era um problema porque estava na hora de acabar com a festa das empregadas domésticas indo à Disney, o ministro da Economia, Paulo Guedes, evitou falar com a imprensa nesta quinta-feira (13/2). Ele participou de um almoço, exclusivo para empresários, na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e saiu sem falar com os jornalistas.
O presidente da Fiespe, Paulo Skaf, que é próximo do presidente Jair Bolsonaro e recebeu Paulo Guedes em São Paulo, foi procurado, mas também não falou com o Correio Braziliense por conta da agenda apertada. Por meio da assessoria, a Fiesp só informou que o ministro tratou da reforma tributária e dos desafios da indústria brasileira no almoço na visita à Fiesp.
Guedes confirmou para os empresários que foram convidados para o almoço pela Fiesp que, em duas semanas, a primeira parte da proposta de reforma tributária do governo será enviada ao Congresso Nacional.
Essa proposta vai sugerir a criação de um imposto único para o consumo, como já vem sendo discutido pelos parlamentares. Mas Guedes disse que a alíquota desse imposto, que vem sendo chamado de IVA, terá que ser muito bem calibrada, para dar conta da arrecadação, mas não inibir investimentos. "O peso excessivo hoje é na indústria, temos de encontrar o equilíbrio, que seja bom para o conjunto da economia", disse Guedes no evento, segundo a Fiesp.
O ministro ainda ouviu sugestões dos empresários e afirmou que, com o atual cenário econômico de juros baixos e inflação controlada, será possível reindustrializar o Brasil. "O encontro durou duas horas e transcorreu em clima de muita cordialidade. Os empresários elogiaram a condução da política econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro e a atuação de Guedes à frente do Ministério. Questões pontuais relativas a cada um dos setores representados foram colocadas para o ministro, que demonstrou boa vontade em analisá-las", informou a Fiesp.