O presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Argentina, Alberto Fernández, devem ter um primeiro encontro no início de março, durante a posse presidencial de Luis Lacalle Pou, eleito em 2019 como o mandatário do Uruguai. A informação é do ministro das Relações Exteriores, Comércio Internacional e Culto da Argentina, Felipe Solá, que se reuniu com Bolsonaro nesta quarta-feira (12/2) no Palácio do Planalto.
De acordo com Solá, partiu de Bolsonaro a ideia de propor um encontro com Fernández. “Foi uma proposta do presidente Bolsonaro, que já contava que ambos iam se encontrar na posse e pediu um aparte (reunião bilateral) com o presidente Alberto Fernández”, disse o chanceler da Argentina.
A cerimônia em Montevidéu está prevista para o dia 1º. A presença do brasileiro e do argentino, disse Solá, pode significar “um passo intermediário” para amenizar a conturbada relação entre os dois presidentes desde a eleição de Alberto Fernández no ano passado. Após derrotar Mauricio Macri, Fernández irritou Bolsonaro ao clamar pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Como resposta, o chefe do Executivo federal brasileiro se negou a parabenizar Fernández e disse que a Argentina havia escolhido mal.
Além disso, Bolsonaro não viajou a Buenos Aires para a posse do presidente argentino. Foi a primeira vez desde 2002 que um presidente brasileiro não foi ao país vizinho para prestigiar a posse presidencial da Argentina. O brasileiro ainda anunciou que não enviaria ninguém do governo para participar da cerimônia. Depois, cogitou mandar o ministro da Cidadania, Osmar Terra. No fim, escolheu o vice-presidente Hamilton Mourão para ser o representante do Palácio do Planalto.
“Há coisas que se entende de forma diferente aqui ou na Argentina. E esse encontro foi muito importante para isso. As coisas mudaram bastante”, frisou Solá, que acrescentou que, quando se trata do Mercosul, Brasil e Argentina não querem “olhar para trás, e sim para frente”. “O Mercosul deve ser renovado, olhar para o mundo, e apoiamos o acordo do Mercosul com distintas regiões e países”, afirmou o ministro.
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