O procurador-geral da República, Augusto Aras, recorreu, nesta terça-feira (11/2), da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que homologou a delação do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.
Ao Correio, Aras na semana passada que entraria com embargos contra o acordo. Cabral se comprometeu a devolver R$ 306 milhões recebidos por meio de propina da época em que ele era governador.
O ex-chefe do Executivo carioca promete delatar diversas autoridades, entre elas integrantes do Poder Judiciário. Na peça enviada ao Supremo, endereçada a Fachin, o procurador pede que caso o acordo de colaboração seja mantido, não afete as prisões preventivas decretadas contra o ex-governador. Desta forma, ele não deixaria a cadeia de imediato.
No recurso, Aras afirma que "existem fundadas suspeitas de que o ex-governador continua ocultando o paradeiro de valores recebidos de forma ilícita ao longo do funcionamento do esquema criminoso que vem sendo desbaratado desde 2015".
O procurador-geral afirma que esse fato vai contra “a boa-fé objetiva, condição necessária à elaboração de acordos de colaboração". Somadas, as penas de Cabral superam os 280 anos de prisão.