Em meio à confusão gerada pelas declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, na última sexta-feira, chamando os servidores de “parasitas”, o secretário especial de Desestatização e Desinvestimentos do Ministério da Economia, Salim Mattar, tentou arrefecer a tensão. Em encontro com superintendentes da União, ontem, ele afirmou “ter orgulho” de estar como servidor e defendeu mais qualidade na prestação dos serviços à população.
“De certa forma, nós somos servidores públicos ou estamos, como é o meu caso, servidores públicos. É uma honra ser servidor público. Na Alemanha, servidor público tem uma elevada reputação. É orgulho para alguém dizer: no meu prédio mora um servidor público. Ele diz isso com certo orgulho”, afirmou, defendo as melhores práticas de compliance no atendimento ao cidadão no âmbito da Secretaria do Patrimônio da União (SPU). “Então, precisamos, como servidores públicos, atender da melhor forma possível a população que nos procura no sentido de obter informações, pagamentos ou qualquer hipóteses que precise de nossas SPUs”, emendou o empresário do ramo de locação de veículos durante a abertura do encontro com superintendentes da SPU do país inteiro.
O secretário fez um discurso breve, defendendo as melhores práticas de atendimento à população. Mais cedo, Paulo Guedes enviou a jornalistas uma mensagem pedindo desculpas pelas declarações sobre os servidores, que geraram protestos em cadeia de entidades ligadas ao funcionalismo. “Agindo dessa forma, consciente do nosso papel de servidor público, podemos construir um Brasil melhor. Teremos cidadãos mais felizes, mais bem informados. Enfim, teremos uma sociedade melhor”, afirmou Mattar. “Cabe aos outros órgãos públicos fazerem o seu papel. Prestamos concurso para servir. Somos selecionados entre outros e temos que, agora, exercer e fazer o exercício desse papel da melhor forma possível, buscando o atendimento perfeito e de qualidade e, por que não, o encantamento de nossos cidadãos que nos procuram.”
Venda de imóveis
O secretário de Coordenação e Governança da União, Fernando Bispo, informou que a meta para este ano é colocar 465 imóveis à venda, que possuem um valor total de R$ 3 bilhões. No ano passado, a meta era vender R$ 1 bilhão de imóveis da União, mas o governo conseguiu arrecadar R$ 180 milhões. Neste ano, foram vendidos dois imóveis no Lago Sul que geraram uma receita de R$ 18 milhões. Bispo admitiu que há demanda fraca, contudo, o principal problema é a falta de regularização da papelada, pois há muitos imóveis da União sem registro em cartório.
De acordo com Salim Mattar, a meta do governo é regularizar a documentação do maior número de imóveis possível da União para colocar à venda. Segundo ele, existem 50 mil unidades que precisam ter a documentação regularizada. Ao falar do objetivo do Executivo de conseguir reduzir o valor da dívida pública, o empresário cometeu um erro e disse que a dívida do governo era de R$ 4 bilhões, mas foi corrigido em seguida, e ele refez a informação para R$ 4 trilhões.
465
Número de imóveis da União que o governo pretende colocar à venda neste ano