"Parece que hoje diminuiu de novo preço do combustível? Não tenho certeza ainda. Se diminuiu, com todo o respeito, não pode diminuir mais, porque não chega para o consumidor. Não chega. Se não chega ao consumidor, a gente está dando varada na água. Eu estou mostrando que a responsabilidade do preço do combustível é minha e são dos governadores também. É só isso, mais nada. Não fiquem só jogando em cima de mim", pediu.
Bolsonaro disse que, cada vez que "peita" um problema desse, encontra "um montão de inimigo que tem amizade com a imprensa, com poderes e os caras trabalham contra o tempo todo".
O presidente disse ainda que está fazendo papel de "otário" já que a redução das refinarias não chega às bombas.
"A gasolina baixou 4% na refinaria hoje. Quanto vai baixar na bomba para o consumidor? Zero. Então, eu estou fazendo aqui um papel de otário. Se bem que eu não interfiro na Petrobras. Eu não vou ligar para o Castello Branco (Roberto Castello Branco, presidente da estatal) e ó, 'não baixa mais'. Eu não interfiro na Petrobras. Não existe isso. O PT e a Dilma interferiam até no preço da energia elétrica, olha a desgraça que esta aí. As pessoas dizem 'não privatize'. Mas se não privatizar vai ter um colapso. Não temos quase R$ 30 bilhões para investir na rede de transmissão. Vai ser obrigado a privatizar", apontou.
Nesta quarta-feira (5/2), Bolsonaro lançou uma espécie de "desafio" para os governadores. O presidente afirmou que zera os tributos federais sobre combustíveis caso os governadores aceitem zerar o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
"Eu zero federal, se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito", apontou Bolsonaro. Nesta quinta ele repetiu o desafio.
No último dia 2, o presidente afirmou por meio das redes sociais que enviará ao Congresso uma proposta para mudança no sistema de tributação estadual sobre combustíveis. Ele defende que o ICMS de combustíveis, recolhido pelos estados, tenha um valor fixo por litro. Bolsonaro ainda colocou na conta dos governadores a alta do preço da gasolina. Ele apontou que os mesmos não admitem "perder receita", mesmo com a queda dos valores cobrados nas refinarias.
Bolsonaro também rebateu o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que disse nesta nesta quarta-feira (5/2) que considera "populista" a proposta do presidente. "Dois governadores que estão me criticando, isso não é populismo, é vergonha na cara. Ou você acha que o povo está numa boa? Está todo mundo feliz da vida com o preço do gás, com o preço da gasolina, com o preço do transporte?", questionou o presidente.
Na última segunda-feira (3/2), governadores de 23 unidades da Federação divulgaram uma carta rebatendo o presidente. No documento, afirmam que as unidades federativas são autônomas para decidir a alíquota do ICMS, responsável pela "principal receita dos estados para a manutenção de serviços essenciais à população". O grupo também cobrou do governo um "debate responsável" e "nos fóruns apropriados, debater e construir soluções".