O presidente Jair Bolsonaro vai tratar, na tarde desta quarta-feira (5/2), de mais um caso de suspeita de irregularidades envolvendo uma pessoa próxima da família. Ele recebe, no Palácio do Planalto, o coronel Alfredo Menezes, afilhado de casamento e chefe da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). O Ministério da Economia começou a apurar uma denúncia, apresentada pelo deputado Marcelo Ramos (PL-AM), de que o militar favoreceu a empresa de um amigo em um contrato de manutenção predial, no valor de R$ 3,6 milhões.
O coronel, além de comandar a Suframa, também é a principal liderança, no Amazonas, do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Bolsonaro tenta criar. O deputado Marcelo Ramos, no ofício 001/2020 - GAB, protocolado no ministério em 28 de janeiro deste ano, acusa o superintendente de direcionamento na contratação da Construtora Brilhante. Segundo o parlamentar, o coronel foi superior hierárquico do dono da empreiteira no Exército.
Conforme a denúncia, a Suframa tinha com uma outra empresa um contrato vigente de manutenção predial com validade de 30 de julho de 2018 a 30 de julho de 2019 e pedido de aditivo para prorrogação de prazo. Porém, relatou o deputado, o órgão decidiu, em maio do ano passado, contratar a Construtora Brilhante, após analisar duas atas de registro de preços e aderir a uma delas. Coincidentemente, ambas eram de contratos anteriores da mesma empreiteira, segundo o parlamentar. A decisão ignorou pareceres contrários do setor de engenharia da superintendência. O coronel Alfredo Menezes nega todas as acusações.
No ofício ao Ministério da Economia, Marcelo Ramos pede que seja instaurado processo administrativo "para apurar responsabilidades e definir providências e punições dos responsáveis". Também solicita que o caso seja encaminhado, para apuração, à Corregedora-Geral da União (CGU).
Consultado, o Ministério da Economia enviou a seguinte nota ao Correio: "O pedido de informações interposto pelo Exmo. Deputado, Sr. Marcelo Ramos (PL-AM), foi formalmente protocolado neste Ministério da Economia na data de ontem, dia 28/01/2020. Nesse sentido, estão sendo tomadas as providências para que as indagações sejam esclarecidas pelas instâncias competentes no âmbito desta Pasta e da Autarquia vinculada e eventuais providências necessárias sejam prontamente tomadas".