A Coordenadora da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição (Cian) do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Myriam Coelho Cunha da Cruz, alertou para os riscos da ingestão de suplementos alimentares não autorizados pela Anvisa.
“Os riscos dessa prática são vários e também imprevisíveis. São produtos anunciados como remédios, mas que não são autorizados nem mesmo como alimentos pela Anvisa”, frisou. “Quem faz uso dessas substâncias está duplamente desprotegido. Primeiro, em relação à saúde. Segundo, porque, em caso de complicações, ficam enfraquecidos os argumentos jurídicos contra o fabricante, já que se sabia da não aprovação pela Anvisa”, emendou ela, que é representante, no CNS, do Conselho Federal de Nutricionistas (CFN).
A psiquiatra Helena Moura alerta que os suplementos, muitas vezes, aliviam sintomas, mas não atacam a origem do problema. “No caso da depressão, por exemplo, a pessoa acometida apresenta sintomas como indisposição ou desânimo. Se essa pessoa toma um suplemento desse, sem saber que tem depressão, os sintomas podem desaparecer momentaneamente, dando a impressão de que passou, enquanto a depressão permanece, sem ser identificada”, explicou. “A consequência é que, além do risco de a depressão se agravar, já que não é identificada, a saúde da pessoa pode ser prejudicada por algum efeito colateral desses suplementos, principalmente os que não são validados pela Anvisa.” (JV)