“De fato, o ministro da educação atrapalha o Brasil”, afirmou Maia ao destacar que a incumbência de contratar ou demitir ministros pertence à Bolsonaro. “Atrapalha o futuro das nossas crianças. Está comprometendo o futuro de gerações a cada ano que se perde com a ineficiência, o discurso ideológico e péssima qualidade na administração. Ele acaba prejudicando os anos seguintes da nossa sociedade”, disparou. “São casos distintos. Quem nomeia e quem demite é o presidente. Deixo claro que não fiz nenhuma crítica ao presidente da República. Nos últimos meses nossa relação tem ficado muito positiva. Com diálogo permanente. A gente tem conversado. Eu digo que muitas vezes eu vou divergir, mas de forma muito respeitosa, ao seu governo e à sua pessoa”, ponderou.
Maia se queixou de tentarem relacionar suas críticas aos ministros com Bolsonaro e destacou que não teceu comentários sobre o presidente. “No caso do ministro da educação, pra mim, é um desastre. Acho que ele brinca com o futuro de milhões de crianças no Brasil e acho que é grave a forma como ele vem administrando o Ministério da Educação. Mas se vai demitir, se vai ficar, não tenho preocupação com isso. Esse não é o meu papel. Meu papel como cidadão e como político é dar minha opinião. Fui perguntado e dei minha opinião”, afirmou.
As afirmações de Maia tem por base um relatório elaborado pelo Legislativo. A coordenadora da comissão externa destinada a acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos do MEC, a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) comentou sobre o documento na edição desta quarta (29/1). “Foi, sem dúvida, um ano perdido para a educação. O governo age com força no discurso, mas pouco fez para melhorar a educação no país quando se fala de coisas práticas, que chegam aos alunos e professores. Há falhas em todas as áreas observadas pelo relatório, algumas em maior ou menor medida, mas que juntas consolidam um diagnóstico de grande paralisação. Não identificamos a implementação efetiva de nenhum programa”, criticou.
Os prognósticos para 2020, na visão da parlamentar, também são pessimistas. “A situação é bastante grave. Se levarmos em conta os dois últimos governos, a atual gestão apresenta o menor número de agentes em cargos de confiança com experiência em instituições acadêmicas, na educação, ou em governo. Além disso, o número de exoneração nos cargos de confiança, flagrantemente superior à gestão anterior, demonstram instabilidade e falta de continuidade na gestão atual. Por fim, o percentual da verba descontingenciada executada pelo atual governo foi menor do que o percentual executado pelos governos anteriores. Por exemplo, o governo atual executou somente 4% da sua verba de investimento, enquanto o governo anterior no mesmo período executou 11%.”, explicou Tabata.