O pacote anticrime, que entrou em vigor este mês, foi bastante criticado pelo presidente da Associação de Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva. Para ele, o projeto enfraquece o combate aos crimes de colarinho-branco e lavagem de dinheiro. As declarações foram dadas, ontem, ao CB.Poder, um programa em parceria do Correio com a TV Brasília. “A parte do colarinho-branco foi um retrocesso. Eu acho que ele dificulta muito mais agora, quando querem pegar o mais alto nível do colarinho-branco, da corrupção e da lavagem de dinheiro”, destacou. A Lei de Abuso de Autoridade também foi alvo de Paiva. De acordo com ele, pontos da lei dificultam as prisões porque existe a possibilidade de detenção de autoridades competentes se for detectado algum tipo de exagero contra os criminosos por parte de delegados, agentes policiais, entre outros. “A gente deveria ter instrumentos incisivos. Nós deveríamos continuar no caminho das colaborações premiadas, das prisões fundamentadas. Era esse o ambiente que estava sendo criado e, agora, foi destruído pelo pacote anticrime”, pontuou. Paiva também criticou a falta de acesso ao Ministério da Justiça: “Reclamamos de algumas dificuldades de debates com a pasta”, ressaltou.