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Índia e Brasil confirmam interesse em ampliar Conselho de Segurança da ONU

Após encontro bilateral e assinatura de 15 atos, os dois dirigentes destacaram o tema como uma das prioridades dos dois países


Nova Delhi -- O presidente Jair Bolsonaro confirmou o interesse da Índia em ampliar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Os dois países integram o G4, ao lado de Japão e Alemanha, grupo que tem interesse nessa mudança na formação dos assentos permanentes. 

A ampliação do Conselho de Segurança não deixa de ser uma prioridade tanto para o Brasil quanto para a Índia, de acordo com o presidente. “São dois grandes países. Estamos entre as 10 maiores economias do mundo. Juntos, somos 1,5 bilhão de habitantes. São países democráticos, que mudam para melhor por ocasião dos últimos pleitos eleitorais. Acredito que seria bom para o mundo Brasil e Índia estarem nesse clube”, afirmou Bolsonaro a jornalistas neste sábado (25/01).

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Durante a declaração conjunta de Bolsonaro e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, destacou que Brasil e Índia compartilham interesses semelhantes e destacou que os dois países continuarão a trabalhar juntos pelas reformas necessárias no Conselho de Segurança, das Nações Unidas e em outras organizações internacionais.

O encontro dos líderes resultou na assinatura de 15 atos, entre acordos de cooperação e memorando de entendimento em várias áreas. A principal, segundo o presidente, foi a ampliação da cooperação na área de etanol, pois há interesses dos indianos em adicionar o álcool à gasolina e também produzir veículos com motores flex.

“Etanol está no grande pacote. Realmente, essa tecnologia nossa vindo para cá. Os indianos querem isso aí. Acaba nos favorecendo também, porque eles produziriam menos açúcar aqui, o que ajuda a equilibrar o mercado. E é um sinal de aproximação muito forte com a Índia”, afirmou.

Bolsonaro também reforçou o interesse em ampliar o acordo de preferências tarifárias entre o Mercosul e a Índia. “A negociação está sendo potencializada com essa visita”, garantiu ele, a jornalistas. Segundo o presidente brasileiro, o objetivo dos dois países é ampliar a lista de produtos com a preferência tarifária dos atuais 500 para algo entre 1,5 mil a 2 mil itens. “Acho que, para nós é muito bom”, afirmou. O assunto ainda precisa entrar na pauta da próxima reunião ministerial dos países membros do Mercosul e ter a aprovação de todos os países.


OMC


De acordo com o presidente, o premier indiano pediu para que o Brasil retire ação referente ao açúcar contra a Índia na Organização Mundial do Comércio (OMC). “Ele me disse que o açúcar comercializado equivale a 2% do montante. Isso é pequeno e pedi ao Ernesto Araújo (ministro das Relações Exteriores) a possibilidade de rever a posição do Brasil”, disse ele, acrescentando que não pediu nada em troca do governo indiano. Resta saber se o presidente já combinou com os fabricantes nacionais.


Gandhi


Pela manhã, o presidente visitou o Memorial Mahatma Gandhi, na capital indiana, onde levou uma oferenda de flores. Evitou fazer muitos comentários sobre a figura do ex-líder indiano. “Olha, eu sou um capitão do Exército. Ele é um pacifista, mas, obviamente, a gente reconhece o seu passado sempre pregando a paz, a harmonia e a liberdade”, destacou.

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O presidente evitou comparar a ideologia do governo indiano. “Não vou entrar nesse detalhe. Não sou homem da cultura”, afirmou.