O Brasil recuou no ranking pelo 5º ano consecutivo e passou a ocupar a 106ª posição, com 35 pontos no índice de percepção da corrupção (IPC). Quanto mais próximo de 0 o país chega, mais ele é considerado desonesto. Aquele que estiver perto de 100 é visto como um dos mais corretos.
O Brasil alcançou os mesmos índices de Albânia, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Macedônia e Mongólia. Dinamarca, Nova Zelândia e Finlândia estão nas primeiras posições no ranking e são apontados as nações mais incorruptíveis.
Na América do Sul, o Brasil surge depois de Uruguai, Chile, e Argentina e fica na frente da Bolívia, Paraguai e Venezuela.
O IPC caracteriza e pontua cada país baseado na perpeção de quão corrupto os setores públicos são por acadêmicos, investidores, executivos e estudiosos da área de transparência. Aspectos como desvio de recursos públicos, nepotismo, burocracia excessiva, propina e habilidade das gestões em conter a corrupção são levados em consideração.
O relatório considerou que a dificuldade do combate à corrupção no Brasil são as "interferências políticas" do presidente Bolsonaro em órgãos de controle, como substituições polêmicas na Polícia Federal e Receita Federal e a nomeação de um Procurador-Geral da República fora da lista tríplice.
A paralisação das investigações criminais que usavam dados do Coaf e de outros órgãos responsáveis sem autorização judicial, realizada pelo ministro Dias Toffoli (STF), em julho do ano passado, também foi apontada pelo documento como um retrocesso. "A ação, praticamente paralisou o sistema de combate à lavagem de dinheiro do país", diz o relatório. Em novembro, a corte acabou revendo a decisão.
"Para além de retrocessos especificamente na agenda anticorrupção, em 2019, multiplicaram-se os ataques disparados pelo presidente Bolsonaro e seus ministros contra a sociedade civil organizada e contra a imprensa. Ambas são absolutamente essenciais para a luta contra a corrupção e para o próprio regime democrático", contou Bruno Brandão, diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, por meio de comunicado à imprensa.
Veja as colocações:
Menos corruptos
1º Dinamarca - 87 pontos
1º Nova Zelândia -87 pontos
3° Finlândia - 86 pontos
Mais Corruptos
180º Somália - 9 pontos
179º Sudão do Sul - 12 pontos
178º Síria - 13 pontos
América do Sul
21° Uruguai - 71 pontos
26º Chile - 67 pontos
66º Argentina - 45 pontos
106° Brasil - 35 pontos
123º Bolívia - 31 pontos
137º Paraguai - 28 pontos
173 Venezuela - 16 pontos
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader
*Estagiário sob a supervisão de Vinicius Nader