Politica

Protestos da comunidade judaica

Setores da comunidade judaica brasileira farão protestos contra o governo federal em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Jerusalém. A motivação é o vídeo institucional em que o então secretário de Cultura, Roberto Alvim, interpreta o ministro nazista da propaganda Joseph Goebbels, divulgado na semana passada. A expectativa é que, com a proximidade do Dia da Memória pelas Vítimas do Holocausto, celebrado por federações israelitas em todo o país na próxima segunda-feira, o número de atos aumente.

Alvim acabou demitido horas depois de divulgar o vídeo. O grupo Judeus pela Democracia (JPD), de São Paulo (SP), fará um ato hoje, no Museu do Holocausto Yad Vashem, na capital paulista. Também nesta terça-feira, um grupo de 15 judeus brasileiros fará uma manifestação no Museu do Holocausto de Jerusalém. A intenção é lembrar o massacre alemão, protestar contra o governo brasileiro e transmitir o evento pelas redes sociais. Integrantes do grupo carioca do JPD, por sua vez, marcaram protestos para o Dia da Memória pelas Vítimas do Holocausto.

“A ideia é realizar um ato em memória dos direitos humanos, lembrando que o Holocausto é uma tragédia humana, não somente dos judeus”, explicou o JPD, em nota. O grupo está conversando com lideranças de outras minorias e da comunidade judaica.

Democracia
O presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Arnon Velmovitsky, afirmou que a comunidade judaica no Brasil envolve um grupo muito grande e, portanto, de muitos espectros políticos. Ele defendeu o direito democrático à manifestação, mas disse que não haverá participação da entidade. “O que está acontecendo no mundo inteiro é um recrudescimento do antissemitismo. Temos um trabalho há muitos anos com outras religiões”, destacou. “Amanhã (hoje), participo de um seminário com católicos, umbandistas, evangélicos. O Holocausto também atingiu negros, ciganos, eslavos, homossexuais e portadores de doenças físicas. O mundo tem que dar um basta.”

Segundo ele, o jurídico da confederação estuda mover ações contra Roberto Alvim. O Correio apurou que a Confederação Israelita do Brasil, que reúne as federações, também estuda processar o ex-secretário de Cultura. O grupo fez contato com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e acionou advogados, que estudam as “medidas cabíveis” para o caso.
 
Acredito que, com a Regina, o governo poderá deixar sua marca, dar sua identidade ao setor e pacificar as relações”

Felício Laterça, deputado