O presidente Jair Bolsonaro pretende se reunir hoje, no Rio de Janeiro, com a atriz Regina Duarte, convidada para substituir o dramaturgo Roberto Alvim, exonerado do cargo de secretário de Cultura após fazer citações nazistas em um vídeo. Ontem, depois de uma semana atribulada, o presidente recebeu a benção de um pastor, durante culto em uma Igreja Batista, na Asa Sul. Após a cerimônia, fez uma visita ao general Villas Bôas, ex-comandante do Exército, que tem uma doença neuromotora de caráter degenerativo.
Bolsonaro estará no Rio hoje para uma agenda de compromissos oficiais. Às 10h, está previsto um encontro com o prefeito da capital fluminense, Marcelo Crivella. Ao meio-dia, uma reunião com o comandante da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa. Na sequência, o presidente terá um almoço com o almirantado.
Em um dos intervalos da agenda, Bolsonaro deve se encontrar com Regina Duarte, que vai responder se aceita ou não o convite para assumir a pasta da Cultura. Caso aceite, receberá um salário de R$ 15.689,26 (total da remuneração após deduções), o mesmo que era pago ao ex-secretário Roberto Alvim. Se entrar para o governo, Regina terá uma queda brutal de salário, segundo a revista Veja. A publicação revelou que a atriz, que tem contrato vigente com a Rede Globo, recebe um salário fixo de R$ 60 mil, que passa para$ 120 mil quando ela está no ar.
Bolsonaro, para convencer a aliada a aceitar o convite, cogita recriar o Ministério da Cultura, rebaixado por ele, no ano passado, ao status de secretaria. Segundo interlocutores do Palácio do Planalto, o presidente considera que a projeção nacional da atriz não condiz com um cargo de segundo escalão. A remuneração de um ministro é de R$ 33.763.
Visita
Ontem, ao deixar o Palácio da Alvorada rumo ao culto na Asa Sul de Brasília, Bolsonaro foi questionado pelos jornalistas se recriaria o Ministério da Cultura. Ele fez um breve momento de silêncio antes de, mais uma vez, debochar da imprensa. “Palmeiras campeão”, disse, em referência ao título da Florida Cup, conquistado pelo clube paulista no sábado.
Durante o culto, Bolsonaro ficou sentado nas primeiras fileiras. Ele foi chamado ao altar, onde permaneceu por cerca de sete minutos de joelhos, durante a bênção do pastor. A cerimônia foi transmitida, ao vivo, na página oficial do presidente no Facebook. Ao deixar o templo, ele não falou com os jornalistas.
Em seguida, o presidente visitou o general Eduardo Villas Bôas, que tem esclerose lateral amiotrófica (ELA). Também estavam presentes os ministros do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
Em seguida, Villas Bôas agradeceu a visita pelo Twitter. “Recebi hoje pela manhã três visitas que me fizeram relembrar a camaradagem militar, a mesma na qual fui envolvido e me acolheu durante 52 anos e da qual sinto falta. Todos nós convivemos em algum período de nossas carreiras, o que nos proporcionou evocar momentos importantes, repletos de amizade e alegria”, escreveu o ex-comandante do Exército, na legenda da foto da visita. A imagem também foi compartilhada, na rede social, por Bolsonaro, que chamou Villas Bôas de “nosso eterno comandante”.
Já no caminho de retorno para a residência oficial, o presidente parou para tirar fotos com turistas que passeavam na Praça dos Três Poderes, em frente ao Palácio do Planalto. Durante esta semana, além de definir um nome para a área da Cultura, Bolsonaro também deve voltar a se ocupar com a situação do secretário de Comunicação do Palácio do Planalto, Fábio Wajngarten. Na semana passada, o jornal Folha de S. Paulo revelou que ele é dono de uma empresa contratada por emissoras de TV e por agências de publicidade que, por sua vez, prestam serviços e recebem recursos do governo federal.
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