E Fábio respira
No saldo da demissão do secretário de Cultura, Roberto Alvim, o governo torce para que saia de cena a pressão sobre o secretário de Comunicação, Fábio Wajngarten, acusado de conflito de interesses. O presidente Jair Bolsonaro quer aproveitar inclusive o caso de Alvim para marcar o episódio de Fábio como “perseguição da mídia” e mostrar que, quando se trata de algo contra a democracia ou apologia a um regime totalitário, o presidente atende aos pedidos para afastamento. Bolsonaro considera que Wajngarten tem sido um bom conselheiro, “integrado à equipe e trabalhador”, conforme definição de um ministro.
Tem que mudar isso aí
A intenção do Planalto é reformular o projeto e o Prêmio Nacional das Artes, idealizado pelo ex-secretário Roberto Alvim. É que não dá para manter de pé algo de inspiração nazista. Afinal, o risco de direcionar valores e o próprio prêmio para artistas amigos é grande. E, para quem reclamava que o PT fazia isso, não dá para repetir a dose à direita.
Hospedeiro
Se Bolsonaro não conseguir formar o seu partido até as eleições deste ano — e a ideia de alguns integrantes da legenda é essa mesmo —, o Patriotas vai dar aquela força aos aliados do presidente. Aliás, Bolsonaro se encontrou ontem com o presidente do partido, Adilson Barroso, vereador em Barrinhas. Ao pessoal de plantão no Planalto, Barroso jurou que o encontro serviu para conversar sobre cidade paulista. Então tá.
“Sérgio Moro da Cultura”
O convite para Regina Duarte assumir a Secretaria da Cultura é visto no próprio governo como uma forma de a atriz voltar à ribalta, com uma popularidade semelhante à do ministro Sérgio Moro. Ela anda afastada das novas produções da tevê, e há quem atribua a situação às suas posições políticas favoráveis a Bolsonaro. O problema é o salário. O do secretário, em torno de R$ 15 mil, não é nem um terço do que ela recebe hoje.
A visão deles
Das crises deste início de ano, a que mais preocupa o governo é a da cerveja contaminada. Considera que é a única que afeta diretamente a população. E a da água, no Rio de Janeiro? Quem tem que resolver é o governador Wilson Witzel.
O jogo de Lula
Ao dar um chega pra lá nas pretensões de Flávio Dino (PCdoB-MA) de ser candidato a presidente da República, com o apoio do PT, Lula deixa no ar o que está na cabeça da maioria dos petistas: com o fim das coligações para a eleição proporcional, caberá aos comunistas ingressarem no PT. Só tem um probleminha: se o PCdoB virar um poço de mágoas em relação a Lula, não é para lá que seus integrantes irão.
Na estrada/ O deputado Filipe Barros (PSL-PR) percorre o estado neste recesso atrás de apoios para a criação do Aliança pelo Brasil. Tem inclusive um ônibus com a sua foto e a do presidente. Em tempo: ele é pré-candidato a prefeito de Londrina. Há quem classifique o “buzão” de campanha antecipada. Mas, como o partido ainda nem existe, é possível que a Justiça Eleitoral faça vista grossa. A foto é de um leitor da coluna, que prefere ficar no anonimato.
A guerra do Pros I/ A atual comissão executiva do partido localizou computadores e HDs escondidos na sede do partido e levantou suspeita de mau uso do fundo partidário. Agora, vai entregar tudo para a Polícia Federal.
A guerra do Pros II/ O Diretório Nacional do partido, ainda sob comando dos antigos controladores da legenda, ingressou com uma representação junto à Polícia Civil do DF contra Marcus Vinícius Chaves de Holanda, para saber se ele estaria de licença para tratamento psiquiátrico. Essa disputa não vai acabar bem.
Vale lembrar/ Nomeado para comandar a Fundação Palmares, o jornalista Sérgio Nascimento só foi afastado semanas depois de centenas de reclamações da comunidade negra e por decisão judicial. Nascimento é aquele que nega a existência do racismo e discorda do Dia da Consciência Negra. No caso de Alvim, foi em menos de 24 horas.