As reações ao vídeo elaborado por Roberto Alvim foram instantâneas. Toda a Praça dos Três Poderes criticou com veemência o discurso inspirado na ideologia nazista e muitas das frases de repúdio ao agora ex-secretário especial da Cultura destacaram que a postura dele é “inadmissível”, “infeliz” e “inaceitável”, como classificou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). “O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável”, afirmou o deputado, que iniciou o movimento pelo afastamento de Alvim. “O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, escreveu o democrata, horas antes da exoneração.
Os presidentes do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) também se colocaram contra Alvim. Judeu, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) lamentou a forma escolhida por Alvim para divulgar o vídeo institucional. “Manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude”, afirmou o parlamentar, que também clamou pelo “afastamento imediato” de Alvim pelo pronunciamento “de assombrosa inspiração nazista” e ao qual classificou como “acintoso, descabido e infeliz”.
“É inadmissível termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda: que se valha do cargo que ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos, repita ideias do ministro da Informação de Adolf Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade”, condenou Alcolumbre.
O ministro Dias Toffoli, por sua vez, definiu o discurso como uma “inaceitável agressão”. “Há de se repudiar com toda a veemência a inaceitável agressão que representa a postagem feita pelo secretário de Cultura. É uma ofensa ao povo brasileiro, em especial à comunidade e judaica”, disse o presidente do Supremo.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, endossou as críticas. Segundo o chefe do Ministério Público Federal (MPF), “a única ideologia política admissível no estado brasileiro é o regime democrático participativo”. “Toda e qualquer doutrina que atente contra ideologia participativa há de merecer a rejeição da sociedade brasileira”, analisou. Aras acrescentou que “a liberdade de expressão deve ser relativizada – somente neste contexto – quando se revela a promoção de doutrinas nazifascistas que importam na destruição da própria democracia”.
Líderes partidários do Congresso reforçaram as declarações de Maia e Alcolumbre. Presidente nacional do MDB, o deputado Baleia Rossi (SP) reclamou do “infame ‘copia e cola’ da propaganda nazista” produzida pela Secretaria Especial da Cultura. O o líder do Novo na Câmara, deputado Marcel van Hattem (RS) classificou a fala de Roberto Alvim como “absurda, nauseante”. “Quem recita Goebbels e faz pronunciamento totalitário não pode servir a governo nenhum no Brasil”, afirmou.
“O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável”, afirmou o deputado, que iniciou o movimento pelo afastamento de Alvim. “O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”,
Rodrigo Maia (DEM-RJ),
presidente da Câmara dos Deputados
“É inadmissível termos representantes com esse tipo de pensamento. E, pior ainda: que se valha do cargo que ocupa para explicitar simpatia pela ideologia nazista e, absurdo dos absurdos, repita ideias do ministro da Informação de Adolf Hitler, que infligiu o maior flagelo à humanidade”
Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado Federal
“Inadmissível, repugnante e patológica a atitude de Roberto Alvim, de copiar o discurso de um nazista. Além disso, ao ressaltar que a arte brasileira será profundamente vinculada às aspirações urgentes do povo, ele a descaracteriza como uma manifestação da criação e da liberdade para transformá-la em um instrumento
pró-ditadura”
Carlos Sampaio, deputado federal (PSDB-SP)
“É repugnante e inaceitável o discurso (de Alvim). Não pode haver espaço para esse tipo de apologia de ideias que levaram a crimes de lesa-humanidade.”
Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente
“A riqueza da manifestação cultural repele o dirigismo autoritário nacionalista”. “A arte é, na sua essência, transformadora e transgressora. O que faz do Brasil um país grandioso é a força da sua cultura, fruto de um povo profundamente miscigenado e diversificado”,
Gilmar Mendes, ministro do STF
“Milhões de seres humanos foram mortos como consequência deste tipo de discurso.”
Ciro Gomes (PDT), ex-governador do Ceará.
“Lamentável que nos dias de hoje alguém faça apologia ao nazismo Uma vergonha e deplorável, sobretudo por vir de um representante público"
João Doria (PSDB), governador de São Paulo
“A demissão do secretário resolveu o problema. Agora é atribuição do presidente encontrar outra pessoa de direita para a pasta, que é uma das mais infiltradas e aparelhadas pela esquerda"
Sóstenes Cavalcante, deputado federal (DEM-RJ)
"O presidente agiu certo e de forma ágil"
Marcos Pereira (Republicanos-SP), vice-presidente da Câmara
“Ele (Bolsonaro) foi cirúrgico”
Carla Zambelli, deputada federal, (PSL-SP). O ex-partido do presidente divulgou nota dizendo que era "inadmissível aceitar tal posicionamento partindo de um representante de um país democrático."