A Embaixada da Alemanha no Brasil repudiou o vídeo institucional da Secretaria Especial da Cultura na qual Roberto Alvim, até então chefe da pasta, faz um discurso semelhante ao de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler durante o Terceiro Reich alemão, entre 1933 e 1945.
De acordo com a representação da nação europeia no Brasil, "o período do nacional-socialismo é o capítulo mais sombrio da história alemã". A embaixada ainda lembrou que o período da Alemanha Nazista de Hitler "trouxe sofrimento infinto à humanidade". "A Alemanha mantém sua responsabilidade. Opomo-nos a qualquer tentativa de banalizar ou mesmo glorificar a era do nacional-socialismo", afirmou a embaixada alemã.
No vídeo em questão, Roberto Alvim anuncia a liberação de R$ 20 milhões para o Prêmio Nacional das Artes e diz que "a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional, e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes do nosso povo – ou então não será nada”.
A fala é semelhante a um discurso de Joseph Goebbels em 8 de maio de de 1933, no hotel Kaiserhof, em Berlim."A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada." Na ocasião, ele falava para diretores de teatro.
O trecho do discurso do ministro nazista está relatado no livro "Joseph Goebbels: Uma biografia" (Ed. Objetiva), escrito pelo historiador alemão Peter Longerich. Além da citação, a música de fundo do vídeo é um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida.
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