Horas antes do anúncio do adiamento, o presidente do STF, Dias Toffoli, se encontrou com o ministro da Justiça, Sérgio Moro. O ex-magistrado, contrário à criação do juiz das garantias, deu sugestões sobre a implantação da lei. Duas delas foram acatadas por Toffoli. Uma é a que diz respeito ao rodízio de juízes. A lei determina que “nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de rodízio de magistrados”. Moro já havia chamado essa possibilidade de “mistério”, e Toffoli suspendeu o item.
O titular da Justiça também pediu veto ao trecho que afasta o juiz que tenha contato com alguma prova ilícita relacionada ao processo, mesmo que o magistrado tenha excluído o conteúdo. O presidente do Supremo atendeu.
Pelo Twitter, Moro aprovou o adiamento da implantação da nova figura do Judiciário. “Embora eu seja contra o juiz das garantias, é positiva a decisão do ministro Dias Toffoli de suspender, por seis meses, a sua implementação. Haverá mais tempo para discutir o instituto, com a possibilidade de correção de, com todo respeito, alguns equívocos da Câmara”, escreveu. (RS)