Politica

De olho nas contas

A Presidência e a equipe econômica terão que estar afinados ao longo do ano para evitar políticas voltadas às renúncias fiscais. Apesar de o governo não correr o risco de descumprir a meta fiscal e a regra do teto de gastos, não serão poucos os desafios. Apenas a aprovação da reforma da Previdência no ano passado é insuficiente para promover o reequilíbrio das contas públicas. O assessor parlamentar Leonardo Cezar Ribeiro lembra que, em anos eleitorais, os gastos públicos tendem a subir. 

Por esse motivo, o ideal é o governo evitar uma política econômica expansionista diante do atual cenário. O principal desafio na área econômica será conter o viés deficitário do Orçamento. “Dificilmente haverá aumento de carga tributária e a rigidez da despesa tende a permanecer elevada. A grande fragmentação partidária favorece a influência dos grupos de interesse no processo orçamentário, que conseguem impedir cortes em certas áreas do Orçamento”, avaliou. 

A economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, alertou que, a partir de 2021, a dívida pública deve ficar acima de 80% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção feita por ela é de alcançará o pico de 86%, em 2026. “Temos uma visão mais positiva da retomada da economia, mas ainda está longe de tudo estar garantido”, alertou.