O presidente Jair Bolsonaro pretende dar subsídios para contas de luz de igrejas. Caso saia do papel, apesar de valer para diversos templos religiosos, a medida é vista como um afago a mais ao público evangélico. O ônus da aprovação poderá recair sobre o bolso dos consumidores brasileiros.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a pedido do mandatário do país, uma minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e enviada ao Ministério da Economia. Com o decreto, as edificações religiosas passariam a pagar tarifas mais baratas no horário de ponta, iguais às cobradas durante o dia. A iniciativa teria causado incômodo na Esplanada dos Ministérios. O ministro Paulo Guedes defende a redução de benefícios do tipo. Com o encarecimento das tarifas de energia elétrica, a atração de investimentos cai, puxando para baixo a retomada do crescimento.
O Correio procurou a Secretaria de Comunicação do Planalto que afirmou que o tema está em “fase de estudos”. O Ministério de Minas e Energia (MME) reafirmou que o assunto está sendo avaliado pelo governo. A área econômica por sua vez, questionada sobre o impacto orçamentário da medida, afirmou que “não comenta o assunto”. Até o fechamento desta edição, a Aneel também não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Durante as eleições presidenciais, o mandatário do país contou, em sua maior parte, com o apoio de lideranças evangélicas. Após assumir o Executivo, vem atendendo a pedidos do setor. Com essa sinalização, os próprios templos vem se colocando à disposição para ajudar na coleta das 492.015 rubricas que o Aliança pelo Brasil precisa para ser fundado.
Em 2019, Bolsonaro disse que escolheria um ministro “terrivelmente evangélico” para indicar ao Supremo Tribunal Federal (STF). A tendência é que um nome seja definido até novembro, quando o ministro Celso de Mello, da Suprema Corte, se aposentará compulsoriamente após completar 75 anos.