Após a manifestação do Ministério das Relações Exteriores sobre o bombardeio dos Estados Unidos que vitimou o general iraniano Qassem Soleimani, o Ministério das Relações Exteriores do Irã convocou os representantes diplomáticos brasileiros em Teerã a comparecerem à chancelaria iraniana para explicar o teor da nota em que o governo brasileiro manifesta seu “apoio à luta contra o flagelo do terrorismo" e reitera que "essa luta requer a cooperação de toda a comunidade internacional sem que se busque qualquer justificativa ou relativização para o terrorismo”.
Como o titular da missão diplomática, Rodrigo Azeredo, está de férias no Brasil, a convocação foi atendida pela encarregada de Negócios do Brasil em Teerã, Maria Cristina Lopes. Segundo a Folha, a diplomata teria dito às autoridades iranianas que a posição do governo Jair Bolsonaro não deve ser entendida como uma manifestação contra o país e que as relações entre os dois países são amplas, não podendo ser reduzidas ao que foi abordado no comunicado.
Ainda segundo a Folha, Maria Cristina ressaltou que o terrorismo não é um problema exclusivo do Oriente Médio e que o país brasileiro também se preocupa com a presença de grupos terroristas na América do Sul, como na Venezuela.
Em nota, o Itamaraty informou que outros representantes de países que se manifestaram sobre os acontecimentos em Bagdá, também foram convocados pela chancelaria iraniana, mas não informou quais.
O Itamaraty também não revelou o teor da conversa e limitou-se a dizer que ocorreu com cordialidade. “A conversa, cujo teor é reservado, e não será comentado pelo Itamaraty, transcorreu com cordialidade, dentro da usual prática diplomática", concluiu o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.