Este ano, os servidores iniciarão mais cedo a mobilização contra medidas a serem propostas pelo governo. No próximo dia 16, eles vão dar apoio à manifestação das centrais sindicais contra as privatizações das estatais, marcada para a Rodoviária do Plano Piloto. “Antes, se falava que o Brasil só funcionava depois do carnaval. Hoje, não temos essa zona de conforto. Estamos começando nossa peleja sincronizados com o cenário político”, afirmou Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef).
A pressa é em resposta a atos do governo. De acordo com a entidade, somente em 2019, foram editadas pelo Executivo 45 medidas provisórias. Algumas caducaram, outras não passaram pelo crivo do Congresso, mas 50% foram aprovadas. Além disso, de 2018 a 2019, 110 mil cargos foram extintos no governo federal.
“Vamos falar sobre tudo isso com o Congresso. MPs têm limite e devem ser editadas em situações de urgência e relevância, o que a maioria não teve. É um problema, porque causam estrago imenso”, destacou Silva. Em relação à extinção de cargos, ele enfatizou que é falsa a narrativa do governo de que desapareceram apenas os obsoletos. “Não podemos esquecer que foram extintos agentes de saúde, guardas de endemia, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, técnicos em saneamento. Todos importantes para a população.”
Hoje, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) se reúne para discutir os próximos passos. No dia 23, haverá um encontro nacional de aposentados no serviço público. Para 24 de janeiro, Dia Nacional do Aposentado, está marcado um ato em Brasília. Em 12 de fevereiro, o evento será no auditório Nereu Ramos, na Câmara, em conjunto com o Fórum Nacional das Carreiras de Estado (Fonacate). “Os parlamentares retornam em 3 de fevereiro, mas já estamos em contato com eles em seus estados”, avisou Silva.
Apesar de o governo não ter previsto verba no Orçamento de 2020 para aumentos salariais, os servidores não abrem mão da campanha por reajuste. Vão reivindicar correção de 33%, sendo 31% das chamadas perdas históricas desde 2010 e mais 2% de ganho real. “Não podemos deixar que a corrosão da renda caia no esquecimento”, ressaltou Silva.