Na participação política e nas temáticas defendidas, a geração que completa agora 20 anos de idade ainda é “como argila fresca”, define o cientista político Rui Tavares Maluf, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo. Embora convencido de que ainda é cedo para traçar um “perfil político consolidado” dos jovens, ele observa ao menos dois comportamentos comuns: se importam menos com partidos e organizações tradicionais e mais com a defesa de valores, em vez de pautas específicas.
Com o aumento de candidaturas de jovens nas últimas eleições, a nova geração passou a se sentir representada e, consequentemente, encorajada a buscar espaço na política, afirma o especialista. O método, no entanto, é diferente dos adotados nos anos anteriores. Para quem já nasceu on-line, com possibilidades quase infinitas de comunicação, modelos tradicionais têm poucos atrativos.
Movimentos sociais organizados, união de estudantes e legendas, antes essenciais na mobilização política, perdem cada vez mais espaço para a internet, observa Maluf.Um dos lados positivos do dinamismo proposto pelas redes sociais é o aumento das possibilidades de interação, o que é um facilitador para quem quer se organizar politicamente.