O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou na tarde deste sábado (4/1) que a sanção do juiz de garantias previsto no pacote anticrime não tem a intenção de enfraquecer a operação Lava Jato. Ele se mostrou descontente com as críticas que vem recebendo por parte dos eleitores sobre o assunto.
“Não tenho como me afinar 100% contigo. Qualquer medida que eu tome você estará satisfeito ou não. Não é justo que tenha uma que bate de frente e o povo queira jogar para cima”. Em outro trecho ele pede serenidade aos simpatizantes. “É uma maratona, vamos ficar juntos. Respirar antes de fazer crítica, respira antes para criticar numa boa”, realçou.
E emendou: “Desceram o cacete sem fundamento. Eu tive dificuldade para entender o juiz de garantias, com gente especialista de verdade do meu lado. Me parece que está pacificada a questão. Não houve nenhum ataque à Lava Jato. É uma lei agora que vai demorar anos para ser colocada em prática”, apontou.
O mandatário do país disse ainda que não pode ficar "refém" do Congresso caso vete a medida e sofra julgamento por crime de responsabilidade. Apesar do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter afirmado que não levará adiante um possível pedido de impeachment, Bolsonaro disse que não pode correr o risco.
“Qualquer um do povo vai poder entrar com pedido de impeachment. O presidente da Câmara disse que não vai botar pra frente. Mesmo assim, vamos supor que Maia infarte. Não quero que ele infarte não, mas vamos supor... Vem um novo presidente e fala 'você me atende nisso ou eu vou mandar para plenário seu pedido de impeachment. Viram o problema que o Temer ficou”, acrescentou.
"Vamos vetar e eu ficar refém de um futuro presidente da Câmara, ou de pressão de lideranças da Câmara? É isso que vocês querem? Assinar atestado de incompetência e peitar o parlamento? E se eu vetar, vocês acham que eles vão manter ou derrubar o veto? Responde aí, devemos agir com inteligência", concluiu o presidente.