Em live no Facebook neste sábado (4/1), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que para a corrida presidencial em 2022, não vê liderança sólida formada por parte dos adversários. A nova sigla que o presidente pretende fundar, o Aliança pelo Brasil, conta até o momento com 110 mil assinaturas, mas precisa bater a meta de 492.015 rubricas. Apesar disso, Bolsonaro se mostrou otimista. “Se eu estiver bem em 2022, dá para a gente fazer uma bancada com uns 100 deputados”.
Segundo Bolsonaro, uma vez formado o partido, a ideia é designar um ‘comandante’ em cada estado com a devida orientação de como proceder na região. Os nomes que comporão o partido também serão escolhidos com base em critérios. “Vamos redividir o Estado em subcomandantes, vamos dizer assim, para a gente começar a filiar apenas pessoas que queiram disputar as eleições, quem não quer disputar, seria bom até não filiar. Agora, a filiação não vai ser quem chegar na frente, quem já tem um passado político ou quem não tem. Vai ter mais um critério, um decálogo, vamos assim dizer, do que seria o nosso norte, que nenhum de nós nos desviaríamos dele”, disse.
Em seguida, ele afirmou que, por ocasião das eleições de 2022, será possível fazer uns 100 deputados pelo Brasil. “Dá para fazer. Dá para fazer também uns 10 senadores pelo Brasil, mas não pode subir a cabeça de um ou de outro de cada estado, achando que ele vai ser candidato a deputado federal, ao Senado. Tem que ter um currículo e um compromisso realmente de se empenhar pelo Brasil e não por si como alguns fizeram aqui na chegada na Câmara pelo PSL. Tendo uma boa bancada, dá para fazer 100 parlamentares, com 100 você ocupa posição de destaque na mesa, coloca alguém que produza alguma coisa, que não sejam um poste, preocupada apenas com seus interesses. Aí vamos impor tudo aquilo que nosso povo quer. Esse é o sonho que a gente prepara em 2022”, destacou.
Navios iranianos
O mandatário do país ainda elogiou os poderes Legislativo e Judiciário. “Tem gente que critica o Supremo, o Legislativo. Mas temos que reconhecer os acertos. Em alguns momentos eles têm se mostrado presentes. Sozinho eu não posso fazer nada. Precisamos do Legislativo. No Judiciário, em alguns momentos, eles têm se mostrado presentes”, afirmou.
Para exemplificar, Bolsonaro citou o caso em que dois navios iranianos ficaram parados no país por temor de sanção dos EUA em julho do ano passado. Se ontem (03) o capitão reformado alfinetou o governo iraniano, associando o general Qasem Soleimani — assassinado por uma ação militar dos EUA — ao terrorismo e disse que a posição é de se “aliar a qualquer país no mundo no combate ao terrorismo”, hoje (04) ele foi cauteloso ao comentar o assunto.
Segundo Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF), que decidiu favoravelmente ao Irã, tomou a decisão acertada. “Há poucos meses tivemos dois navios iranianos no Brasil que tinham que ser abastecidos e havia interesse de outros países que não fossem reabastecidos. Mas, junto ao STF, o ministro lá presidente (Toffoli), deferiu liminar, foram reabastecimento e os navios foram embora. É a questão do embargo americano. Quando se trata de alimentos não tem embargo, como havia trazido outra coisa para cá do Irã tinha essa questão do embargo. É uma decisão minha, difícil, mas o STF se antecipou e decidiu essa questão favoravelmente. A gente precisa do Judiciário. Nós somos o Poder. O Poder sou eu, Dias Toffoli, Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, basicamente a cúpula do Poder brasileiro somos nós quatro, queira ou não”, concluiu.