O presidente Jair Bolsonaro voltou a sinalizar, na noite desta quinta-feira (2/1), que não vetrá o Fundo Especial de Financiamento de Campanha, o fundão eleitoral. O presidente tem recebido diversos pedidos para não aprovar a quantia de R$ 2 bilhões votada pelo Congresso Nacional.
Em transmissão ao vivo feita pelo Facebook, Bolsonaro justificou que, se não sancionar o fundo, correrá risco de sofrer impeachment, porque poderia ser acusado de crime de responsabilidade por descumprir a lei de responsabilidade fiscal.
Segundo Bolsonaro, as críticas que está recebendo são semelhantes às que recebeu em relação à aprovação do juiz de garantias, e defendeu-se que busca fazer o melhor. "Se não gosta do presidente, vota melhor em 22 (eleições de 2022). Eu estou fazendo o melhor possível", chegou a dizer em certo momento.
Pela manhã, ele havia dito para a decisão que tomaria sobre o assunto.
Deputada "fofinha"
Bolsonaro também disse que, em sua campanha para presidente, não usou fundo eleitoral e que, nas próximas eleições, também não se beneficiária dos recursos. "Eu não usei nem fundão, nem o fundo normal. Fiz um pedido na internet. Alguns dizem que é porque estou criando um partido. Sabe quanto vou ter de direito? Zero", disse.
Vetar ou incorrer em crime?
Antes da live, Bolsonaro postou nas redes sociais um texto no qual explica melhor por que o veto ao fundão poderia resultar em impeachment. Na mensagem, citando o artigo 85 da Constituição Federal, que dispõe sobre crime de responsabilidade.
"Pelo exposto você acha que devo VETAR o FEFC, incorrer em Crime de responsabilidade (quase certo processo de impeachment) ou SANCIONAR?", perguntou o presidente da República aos seus seguidores no fim da publicação.
Segundo ele, caso um pedido de impedimento fosse feito o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, arquivaria o processo, mas ele poderia sofrer pressões.
"Eu tenho o dever de cumprir a lei, mesmo quando não nos agrada. Daqui a pouco um fake news qualquer, que é comum acontecer, uma denúncia qualquer, obstrução de justiça, tentou ajudar um parente. Sabe do que eu to falando, né? Pronto, ta lá", explicou.
Depois da postagem, na transmissão ao vivo, o presidente lamentou a reação dos internautas. "Não deu um minuto tinha mais de 100 comentários pedindo para eu vetar. Por favor, vamos ler", disse.