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Exército prende cinco militares venezuelanos

A prisão de cinco militares venezuelanos em território brasileiro pode acirrar as relações diplomáticas entre os dois países. Militares do Exército surpreenderam o grupo durante uma missão de reconhecimento em terra indígena na região de São Marcos, Roraima. Os integrantes da corporação do Brasil patrulhavam áreas de fronteira quando fizeram o flagrante. O grupo estrangeiro estava desarmado.

De acordo com uma nota conjunta, escrita pelo Ministério da Defesa e Itamaraty, os militares venezuelanos foram conduzidos para Boa Vista, capital do estado, para passar por um interrogatório. ;O Exército Brasileiro intensificou o patrulhamento na região da faixa de fronteira, conforme o previsto na Lei Complementar n; 97/1999;, encerra o texto da nota.

A reportagem falou com o cônsul geral da Venezuela, Faustino Torella. Ele mora em Roraima e disse que soube da prisão pela nota conjunta da Defesa e do Itamaraty. ;Só soube do comunicado publicado pelo Itamaraty e pelo Exército. Não posso falar mais do que isso;, afirmou. Por e-mail, o Ministério das Relações Exteriores informou, no início da noite, que os cinco militares ainda passavam por entrevistas.

Especialista em Relações Internacionais e professor da Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, Gunther Ritcher Mros comentou que o fato pode criar novas rusgas entre Brasil e Venezuela caso o grupo tenha entrado em território brasileiro como militares, a mando do governo de Nicolás Maduro. A outra possibilidade é de que os militares tenham entrado no país para pedir refúgio. Nesse caso, seriam desertores, e a tendência é de que o Brasil dê asilo político.

O governo do presidente Jair Bolsonaro reconheceu Juan Guaidó como presidente da Venezuela ainda em janeiro. O autoproclamado chefe de Estado tem o aval de cerca de 50 países. Na prática, porém, quem dá as cartas no país é Maduro.