[FOTO1]Mudanças no sistema tributário estão entre as principais reivindicações do setor de bebidas alcoólicas no Brasil. Enquanto a média nacional de pagamento de imposto é de 34%, os empresários do segmento, de forma geral, chegam a pagar quase o dobro: 60%. Como reflexo da alta taxa de tributos, o comércio clandestino encontra espaço para crescer no país. Só em 2017, último ano com dados disponíveis, a produção e a venda ilícita de bebidas alcoólicas movimentaram pelo menos R$ 29,1 bilhões ; valor equivalente a 14,6% do mercado total, que foi de R$ 199,4 bilhões.
O número, divulgado pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), é um alerta para o quanto o país deixa de arrecadar em impostos com práticas ilegais, como contrabando, falsificação, produção ilegal, entre outras. Segundo o instituto, as atividades irregulares têm o potencial de tirar R$ 10,2 bilhões dos cofres públicos anualmente.
;Esse é um momento sensível, para, efetivamente, revermos os tributos cobrados do setor de bebidas alcoólicas. Isso, talvez, não fará com que se reduza o mercado ilegal. No entanto, com certeza, o aumento da tributação e dos impostos só tende a contribuir para o incremento da clandestinidade e da sonegação;, alertou o diretor executivo do Ibrac, Carlos Lima. ;É hora de verificarmos o que pode ser feito para corrigir esse problema.;
Segundo ele, a alta tributação, em especial dos destilados ; como cachaça, uísque e vodca ;, é o que mais explica a disparidade dos números. ;Houve uma alteração da forma de cobrança do IPI em 2015, que mudou a maneira de se tributar bebida alcoólica no Brasil, e, principalmente, os destilados, que tiveram alíquota de ad valorem majorada em 30%;, comentou Lima.
Duas propostas de reforma tributária tramitam no Congresso e ambas sugerem a criação de um imposto seletivo, voltado a cigarro e bebidas alcoólicas. Para Lima, isso é um risco. ;Nosso grande medo é deixar na mão do governo uma chave para, precisando aumentar a arrecadação, aumentar-se o imposto seletivo.;