A postagem feita nas redes sociais na manhã desta terça-feira (17/12) critica as ações de Fernández e mostra preocupação por parte do chefe do Executivo de que as mesmas possam influenciar negativamente na região sul do Brasil.
"A situação política da Venezuela tem reflexos diretos no Estado de Roraima: aumento da violência e população de rua, piora na saúde e educação, etc. O novo governo da Argentina, que faz divisa com a Região Sul do Brasil (RS, SC e PR), tomou as seguintes medidas:
1) Dupla indenização para demissão sem justa causa; 2) Elevação do imposto de exportação (grãos); 3) Imposto de 30% para compras no exterior; e 4) Volta da discussão da legalização do aborto", escreveu Bolsonaro.
Ao sair do Palácio da Alvorada nesta manhã, Bolsonaro foi questionado sobre os tuítes, que não vieram acompanhados de qualquer esclarecimento. Bolsonaro disse que apenas publicou o que está ocorrendo.
"É interpretação de texto, eu não falei nada. Eu tenho crédito nas minhas redes sociais porque eu não emito opinião, eu posto o que está acontecendo", disse.
Durante a campanha presidencial na Argentina, Bolsonaro criticou Fernández e defendeu a reeleição de Maurício Macri, que perdeu no primeiro turno.
Na época, Bolsonaro disse que, caso Fernández fosse eleito, a Argentina se tornaria uma "nova Venezuela" e que cidadãos argentinos fugiriam para o Rio Grande do Sul, assim como venezuelanos fugiram para Roraima.
Bolsonaro é crítico de Fernández por seu posicionamento político de esquerda e de proximidade com Cristina Kirchner, sua vice. Após o resultado das urnas, no fim de outubro, o presidente brasileiro decidiu não ligar para o argentino para cumprimentá-lo pela vitória. Fernández declarou apoio à liberdade do ex-presidente Lula.
No dia da posse de Fernández, Bolsonaro disse que não compareceria e cogitou não enviar autoridades. No último minuto, Bolsonaro decidiu enviar seu vice, Hamilton Mourão para representar o país.