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Politica

Migração é desafiadora

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A migração do mundo físico para o digital tem dois grandes desafios. O primeiro é a autenticação do usuário, que no caso de uma operação presencial seria a apresentação de uma carteira de identidade, e o segundo, a segurança dos dados durante a transação. A afirmação é de Marco Zanini, presidente da Dinamo Network, empresa que fornecerá, à infraestrutura interna do Banco Central, os equipamentos HSM;s (Hardware Security Module) para segurança digital do sistema em todo o país.

;No mundo digital, a verificação da identidade é mais complicada. Em geral, é nome e senha. Mas existem sistemas mais sofisticados, como reconhecimento facial. Trabalhamos muito forte com governo e nos bancos na guarda das identidades digitais;, conta. O governo tem um padrão de assinatura digital com reconhecimento jurídico, um modelo eletrônico de identidade com valor igual ao de um autenticado em cartório. ;No meio de pagamento, temos um contrato com o Banco Central, porque os bancos também precisam dessa segurança. As transferências exigem autenticação;, assinala.

A outra exigência é a proteção de dados, hoje com garantia em lei. ;Temos de guardar as informações pessoais de cada cliente de forma segura, o que é feito por meio de criptografia. Quando guardo informações de uma pessoa em um banco de dados, tenho de criptografá-las para que, caso alguém invada, não as compreenda. Só podem ser lidas com a senha que a pessoa tem;, explica. Essas duas características, diz Zanini, fazem a Dinamo trabalhar muito próximo do governo, no sentido de transformar o serviço público em digital com segurança.

No caso do Banco Central, a principal demanda é a assinatura digital. O órgão regulador determina que todos os bancos em todas as transações eletrônicas façam assinaturas digitais. ;Agora, o BC está implementando o pagamento instantâneo, uma revolução no mercado;, diz. Já existem carteiras digitais, como iFood, Wallet, PicPay, cujo pagamento é feito pelo celular e o valor debitado no cartão de crédito. Mas essas transações só ocorrem dentro do ecossistema de cada carteira digital.

O que o BC promete é uma carteira digital para circular diretamente entre as pessoas bancarizadas. ;O dinheiro entra e sai da conta. Quando eu transferir algo pelo meu celular para o de outra pessoa, o BC vai ver qual a conta e vai debitar de uma e creditar na outra;, destaca. ;Todas essas informações vão trafegar na internet criptografadas. É um projeto revolucionário, porque democratiza a transferência de dinheiro independentemente do banco e acaba com as taxas pagas para as bandeiras de cartão.;

O projeto da Dinamo com o BC entra em operação em 2020. ;Estamos a todo o vapor para ajudar os bancos a se estruturarem;, conta Zanini. Segundo ele, é impossível conter a transformação digital. ;O nosso governo não tem opção, porque não tem dinheiro para manter uma máquina inchada. O único jeito de reduzir essa máquina é fazer o movimento digital. Tem feito numa velocidade razoável, e só não é mais rápido porque mudar a legislação demora.; (SK)