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O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, que vai insistir para ter o jornalista Sérgio Camargo de volta à presidência da Fundação Palmares. Por meio das redes sociais, ele ressaltou que a suspensão de nomeação ocorreu unicamente para cumprir determinação da Justiça. ;O afastamento de Sérgio Camargo da Fundação Cultural Palmares se deu por causa de decisão judicial. Caso nosso recurso seja vitorioso, eu o reconduzirei à presidência da Fundação;, escreveu o chefe do Executivo.
A declaração foi postada acompanhada de um vídeo em que Camargo reafirma que o Dia da Consciência Negra tem que acabar. ;Isso não é uma data do negro, é uma data de minorias empoderadas pela esquerda, que propagam ódio, ressentimento e divisão racial;, disse o jornalista.
Anteriormente, Bolsonaro já havia defendido a indicação de Camargo para a pasta: ;Excelente! Excelente! Não vou entrar em detalhes, porque vocês deturpam tudo isso aí. Não tem essa história de branco e negro. Nós somos iguais e ponto-final;, comentou. ;Não vou falar o detalhe. Gostei muito dele.;
A Justiça Federal do Ceará suspendeu a nomeação de Camargo para a função, mas a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um recurso no Tribunal Regional Federal da 5; Região (TRF-5), na tentativa de reverter a decisão.
Polêmicas
O jornalista foi nomeado em 27 de novembro para chefiar a Fundação Palmares, criada para defender e fomentar a cultura e as manifestações afro-brasileiras. A escolha do nome, no entanto, gerou reação negativa, porque o jornalista costumava usar as redes sociais para fazer comentários polêmicos. Ele já disse que racismo real existe nos Estados Unidos e que ;a negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda;, declarou que a escravidão foi boa, porque negros viveram em condições melhores no Brasil do que no continente africano e se posicionou contra o Dia da Consciência Negra. Para ele, o feriado devia ser extinto por decreto, porque, causa ;incalculáveis perdas à economia do país; ao homenagear quem ele chamou de um ;um falso herói dos negros;: Zumbi dos Palmares.
Em 4 de dezembro, o juiz federal substituto Emanuel José Matias Guerra, da 18; Vara Federal de Sobral (CE), suspendeu o ato afirmando que a nomeação ;contraria frontalmente os motivos determinantes para a criação; da Fundação Palmares e põe a instituição ;em sério risco;, visto que a gestão pode entrar em ;rota de colisão com os princípios constitucionais da equidade, da valorização do negro e da proteção da cultura afro-brasileira;.
;Armação; sobre
caso Marielle
Sem ser questionado sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro voltou a tratar de investigações sobre o assassinato da ex-vereadora Marielle Franco (PSol-RJ). ;No caso Marielle, outras acusações virão. Armações, vocês sabem de quem;, disse o chefe do Executivo. Ele não especificou quem seria o autor das ;armações;. ;Mas a gente tem um compromisso: mudar o destino do Brasil;, emendou. A declaração foi feita
a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Ele comentava sobre o governo estar apresentando bons resultados, ;apesar de grande parte da imprensa, de gente do mal, pessoas que querem voltar ao que era antes;. Bolsonaro já atribuiu ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), tentativa de vinculá-lo ao caso Marielle. Em evento para lançamento do Aliança Pelo Brasil, partido que quer criar, no fim de novembro, o presidente afirmou que ;(Witzel) tenta destruir quem está do meu lado, usando a Polícia Civil do Rio;.