Em um discurso com tom de campanha, o governador de São Paulo, João Doria, fez duras críticas ao PT. Citando nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele lembrou que saiu vitorioso na corrida para a prefeitura de São Paulo em 2016, quando disputou com Fernando Haddad, candidato petista à época. Doria evitou falar diretamente da disputa presidencial em 2022, mas não escondeu que o resultado das eleições municipais de 2020 terá forte impacto nas eleições majoritárias.
O governador lembrou que, no pleito de 2016, o ex-presidente Lula estava fora da cadeia e não conseguiu emplacar o candidato que apoiava em território paulista. ;Com o Bruno Covas, vencemos as eleições em São Paulo pela primeira vez no primeiro turno em 2016. E só para refrescar a memória, não de vocês, mas de outros... Sabe de quem nós ganhamos? Do Lula. O Lula estava livre nas ruas fazendo campanha. Lula estava com Fernando Haddad, na prefeitura de São Paulo. Os dois perderam em uma derrota que eles não esquecem nunca mais. A vitória de São Paulo influenciou a vitória do PSDB no segundo turno em outras capitais e em todo o Brasil. No berço do PT de São Paulo, eles foram derrotados;, disse.
Dória ainda jogou indiretas ao presidente Jair Bolsonaro, que cancelou a participação em diversos debates nas eleições do ano passado. ;Democraticamente, fizemos uma campanha limpa. Não fiz fake news, tratei com dignidade meus adversários. Vencemos a Marta Suplicy e a Luíza Erundina que também tinha sido do PT. Diálogos, propostas, participando de debates, sem fugir ao debate, sem medo de discutir propostas e programas de governo;, declarou.
Apesar de Dória despontar como candidato para 2022, e prever embate e queda de braços com Lula novamente, os dois medirão forças antes disso. No ano que vem, a corrida pela Prefeitura de São Paulo deve ser marcada pela disputa entre o governador ; que vai fazer palanque para o correligionário e atual prefeito paulistano, Bruno Covas ;, e o petista ;, que articula uma chapa com os ex-prefeitos da cidade Fernando Haddad e Marta Suplicy.
No momento, Dória está um passo à frente. Isso porque Lula terá de convencer Haddad a entrar na disputa pelo cargo, ao qual ele já concorreu duas vezes. Além disso, Marta não está filiada a nenhum partido há mais de um ano ; a sua última legenda foi o MDB, até agosto de 2018. Portanto, caberá ao ex-presidente fazer com que ela integre outro partido de centro-esquerda.