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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) informou, ontem, que as investigações sobre o caso que envolve o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, já foram retomadas. As diligências estavam paradas desde julho por causa de uma liminar concedida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, à defesa do parlamentar.
O retorno às investigações foi garantido na semana passada, quando o plenário do STF decidiu que é constitucional o compartilhamento de dados da Receita Federal e da Unidade de Inteligência Financeira (UIF), antigo Coaf, com órgãos de investigação, como o Ministério Público e a Polícia Federal, mesmo sem autorização judicial. Com isso, a decisão de Toffoli perdeu a validade.
Com o entendimento dos ministros, pelo menos 935 investigações em todo o país, que ficaram paradas por 136 dias, puderam ser retomadas. Uma delas é justamente a de Flávio Bolsonaro. Ele é alvo de uma apuração de suposta prática de ;rachadinha; quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O esquema consiste em ficar com parte do salário de assessores do gabinete. Informações levantadas, há um ano, pelo então Coaf apontaram movimentações suspeitas de R$ 1,2 milhão na conta de Fabrício Queiroz, à época um dos assessores de Flávio na Alerj. Além disso, o órgão identificou depósitos fracionados feitos por Queiroz em uma conta do parlamentar.
O MP também suspeita de organização criminosa no gabinete de Flávio na Alerj e vê indícios de que o filho do presidente da República lavou o dinheiro em negociações com 19 imóveis no Rio de Janeiro. O parlamentar, por sua vez, acusou os investigadores de tentarem atingir o governo do pai dele. O Coaf ainda apontou as mesmas suspeitas em relação a outros assessores, deputados e ex-deputados, na esfera da Operação Furna da Onça, sobre corrupção na Alerj.
A pedido do MP, a Justiça do Rio decretou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Flávio, de Queiroz e de cerca de 90 pessoas, entre as quais ex-funcionários do gabinete na Alerj, parentes e empresas relacionadas ao filho do presidente Bolsonaro. (Colaborou Rodolfo Costa)