[FOTO1]A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) entrou com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e o filho, o vereador Carlos Bolsonaro por suposta obstrução de Justiça nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
No documento, a associação pede busca e apreensão das gravações do circuito interno de câmeras e do material obtido por ambos. A petição foi motivada pela informação, dada por Bolsonaro, de que ele e o filho pegaram a gravação das ligações da portaria do condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde ambos possuem residência. De acordo com o presidente, a ação foi feita para ;evitar adulteração do conteúdo;. O pedido foi encaminhado em 8 de novembro e tornou-se público nesta sexta-feira (15).
Uma reportagem do Jornal Nacional mostrou que Élcio de Queiroz, um dos acusados de matar a vereadora e o motorista, no dia do crime teria pedido para ir à casa 58 (residência do presidente), quando chegou ao condomínio, horas antes do assassinato. Ainda segundo a reportagem, o porteiro do condomínio Vivendas da Barra teria anotado que "seu Jair" dera autorização para que o suspeito entrasse. Bolsonaro estava em Brasília no dia. Posteriormente, o Ministério Público confirmou que o porteiro que envolveu o nome do presidente na morte da vereadora mentiu em depoimento à Polícia.
Após a reportagem, o presidente afirmou que teve acesso às gravações de ligações do interfone do condomínio e que ninguém na casa 58 autorizou a entrada de Élcio Queiroz. O filho, Carlos, também publicou nas redes sociais a relação de áudios da portaria no dia do crime.
A ABI alega que ambos "acessaram, em data ainda imprecisa, por meios impróprios, elementos probatórios de uma investigação criminal sigilosa e em andamento, os quais poderiam elucidar o iter criminis percorrido pelos principais suspeitos do assassinato", diz um trecho da petição.
A associação diz que os atos "carecem de investigação". ;É imperioso verificar quando e de que modo ocorreu o acesso" às gravações da portaria, e também se a Polícia Civil já havia realizado a coleta e perícia dos áudios, "o que até o momento segue sem razoáveis esclarecimentos".
A petição está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que também é o relator de uma outra notícia-crime, protocolada pelos mesmos motivos, dessa vez, pelo PT, em 5 de novembro. O partido alega que pode ter havido crime de responsabilidade.
Passando o feriado da Proclamação da República em São Paulo, Bolsonaro acusou o PT nesta sexta-feira (15) de ;ir para cima; do filho ;02; no caso Marielle Franco.
;Vi uma matéria de que o PT quer uma busca e apreensão na casa do meu filho. O pessoal pensa, o que é busca e apreensão? Está metido com que coisa de errado? Eles querem saber se tem alguma ligação com o caso Marielle. Não conseguiram nada comigo, vão para cima de um filho meu agora. É muita marola e isso deixa a gente chateado;, apontou.