[FOTO1]Na noite desta quinta-feira (14/11), o presidente Jair Bolsonaro comentou a falta de questões sobre a ditadura militar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019. De acordo com ele, a prova abordou os conteúdos que os alunos precisam saber. "A mídia disse que não teve questão sobre a ditadura. Mas nunca teve ditatura no Brasil. Sem querer polemizar. Tinha direito de ir e vir, tinha liberdade de expressão, podia votar", afirmou, em live trasmitida pelo Facebook. "Não teve questão polêmica, como ano passado. Não vou falar aqui para não gerar polêmica", completou.
O presidente, provavelmente, se refere a uma questão, cobrada em 2018, que pedia que o estudante definisse os requisitos para que uma linguagem fosse considerada dialeto. O exemplo era o Pajubá, linguagem popular entre a comunidade LGBT. Na época, a questão foi criticada pelo presidente. "Se Deus quiser, ano que vem será melhor. Vamos estudar o que interessa", projetou.
Medida provisória dos balancetes pode voltar
Bolsonaro aproveitou a oportunidade para lamentar que a comissão mista tenha derrubado a medida provisória que liberava as empresas da obrigação de publicar balancetes e editais em jornais de grande circulação.
Na época da edição da MP, o chefe do Executivo foi acusado de tentativa de censura da mídia. "Não foi retaliação da minha parte, nem nada. Certas profissões vão ficando para trás e certas práticas também. A intenção era para as empresas gastarem menos dinheiro", justificou.
Para Bolsonaro, os empresários deveriam ter pressionado os deputados para que a MP não fosse derrubada. "Na minha opinião, os empresários tinham que ter feito uma pressão. Quem sabe ano que vem a gente reedita essa MP", sinalizou.
América Latina em pauta
Na live, Bolsonaro ainda falou sobre a renúncia do presidente boliviano, Evo Morales. "Não vou entrar no mérito do trabalho dele. Teve um suspeita ou uma certeza de fraude nas eleições. Não podemos ter essas suspeitas de fraude;, disse.
E aproveitou para comparar a situação com o Brasil. De acordo com ele, se os resultados das eleições do ano passado tivessem sido diferentes, tudo indicaria uma fraude. "Muita gente achou que a diferença tinha que ser muito maior. Imagina se o outro lado ganha? Como íamos auditar isso?", questionou.
Bolsonaro comentou também a invasão da Embaixada da Venezuela, em Brasília, nesta quarta-feira (13/11), por apoiadores do autoproclamado presidente venezuelano, Juan Guaidó. "Tomamos a decisão que esse grupo se retirasse de lá, tudo resolvido", disse.
Críticas ao PT e saída do PSL
Bolsonaro não perdeu a oportunidade de alfinetar o PT. "Acho difícil alguém falar que quem estava governando antes de mim era mais democrático. Em algum momento, alguém ouviu eu falar de regulamentação da mídia? Em regular a internet?", questionou, referindo-se ao Marco Civil da Internet, aprovado pela ex-presidente Dilma Rousseff e o projeto de regulamentação da mídia, proposto pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para concluir, o presidente fez um breve comentário sobre a saída do PSL e a fundação do partido Aliança pelo Brasil. "Uma separação amigável. Já me separei uma vez, e cada um segue sua vida. Não interessa o motivo também e graças a Deus estou muito feliz", afirmou.