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Politica

Mercado reage mal à decisão do Supremo

O mercado sentiu o golpe da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e à saída do ex-presidente Lula da prisão em Curitiba. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou em queda de 1,78%, e o dólar subiu a R$ 4,17. Na semana, a bolsa acumulou baixa de 0,72%, interrompendo uma sequência de quatro altas semanais. Já a moeda norte-americana teve a maior alta semanal desde agosto de 2018.

De acordo com Cristiano Noronha, vice-presidente da Arko Advice, consultoria de análise política, existe uma certa cautela do mercado, porque há uma preocupação de que o ex-presidente em liberdade possa estimular a polarização no país. ;Lula pode viajar, organizar a resistência em relação ao governo, mobilizar movimentos sociais para fazer uma oposição mais organizada no tocante à aprovação das reformas;, avaliou.

Para Renan Silva, economista da BlueMetrix Ativos, ocorreu realização de lucros na bolsa. ;Não houve pânico nem repique no Risco Brasil, que continua de forma comedida;, ponderou. ;O câmbio subiu um pouco mais forte. Isso, sim, pode denotar alguma sensibilidade à decisão do STF. Mas ainda longe de alguma tendência de aversão ao risco. O mercado está pautado nas reformas;, disse. Segundo ele, o cenário externo não influenciou, porque foi abrandado com negociações favoráveis entre China e Estados Unidos.

Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, sustentou que a revogação da prisão de Lula expõe a insegurança jurídica. ;Não é que o país estava bom e deixou de ficar, mas há uma ruptura quando o Judiciário muda de posição. Gera um grau de aversão maior, e os investidores ficam mais reticentes;, afirmou. ;Independentemente da liberação de um partido A ou B, decisões jurídicas que possam ser sobrepostas não são vistas muito bem pelos investidores. Estamos com reformas importantes para o andamento da economia. O investidor, especialmente o de fora, precisa de segurança, previsibilidade e estabilidade para incorrer em investimentos.;

;Não é que o país estava bom e deixou de ficar, mas há uma ruptura quando o Judiciário muda de posição. Gera um grau de aversão maior, e os investidores ficam mais reticentes;
Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos