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PT prepara agenda política de Lula pelo país; defesa pedirá soltura hoje

No entanto, como já foi condenado por duas instâncias, petista não pode concorrer a cargos públicos em razão da Lei da Ficha Limpa

[FOTO1]Após o Supremo Tribunal Federal (STF) mudar o entendimento sobre a execução da prisão após condenação em segunda instância, a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva informou que, depois de encontro com o ex-presidente, vai entrar, nesta sexta-feira (8/11), com o pedido de soltura do petista. Ele está na prisão em Curitiba desde abril do ano passado, quando foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do triplex do Guarujá.

Mesmo com autorização para deixar a prisão, Lula não pode concorrer a cargos públicos por ter sido condenado por duas instâncias, em razão da Lei da Ficha Limpa. No entanto, o ex-presidente não será impedido de viajar pelo país nem de participar de atos políticos, segundo o que é previsto no Código de Processo Penal (CPP).

Se o Ministério Público Federal (MPF) avaliar que o réu oferece algum risco à investigação, ao processo ou a testemunhas, pode pedir à Justiça uma prisão preventiva ou alguma medida cautelar, como se recolher em casa à noite, usar tornozeleira eletrônica ou entregar passaporte à polícia. No entanto, a lei não o obriga a cumprir as medidas sem esses motivos.

PT prepara agenda

Dirigentes do PT estão em Curitiba, desde quinta-feira (7/11), para preparar a possível saída de Lula da sala da Polícia Federal onde está detido. Eles trabalham com a hipótese de que o ex-presidente possa deixar o local ainda nesta sexta-feira (8/11).

Antes mesmo de terminar o julgamento no STF, dirigentes da legenda começaram a discutir uma agenda política para o ex-presidente. A ideia é organizar o máximo possível de viagens antes do fim deste ano.

De acordo com a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, o partido vai continuar batendo na tecla do "Lula livre" até que o ex-presidente tenha a condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro anulada. A pressão é para que haja o julgamento da suspeição do ex-juiz e atual ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro.

Os petistas acreditam que a primeira aparição pública de Lula será na vigília que foi montada em um terreno na frente da superintendência da PF em Curitiba. O grande palco político para Lula, no entanto, deve ser o Congresso Nacional do PT, entre 22 e 24 de novembro, em São Paulo.

Apesar da expectativa dos petistas, procuradores e policiais federais que trabalham no Paraná acreditam que a soltura de Lula ainda deve demorar alguns dias. "Lula não praticou qualquer ato ilícito e é vítima do uso estratégico do direito para fins de perseguição política", disseram em nota os advogados de Lula, Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins.