O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, que não vai à posse do presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández. No entanto, mudou o tom das declarações em relação ao futuro chefe de governo do país vizinho. Bolsonaro admitiu ter torcido pela reeleição de Maurício Macri, mas deixou claro que espera de Fernández uma boa relação comercial.
;Torci pelo outro candidato (Macri), mas, já que ganhou (Fernández), vamos em frente. Da minha parte, não tem qualquer retaliação com o governo argentino, e espero que eles continuem fazendo política conosco semelhante ao que Macri fez até o momento;, comentou.
Segundo interlocutores do presidente, a intenção é de que o relacionamento bilateral seja estritamente pragmático. Bolsonaro sinalizou que não fará qualquer esforço para buscar maior aproximação com Fernández. O sinal mais claro dessa postura será a ausência do capitão reformado da posse do futuro mandatário argentino. ;Não vou falar se devo ou não devo (ir). Não vou, está decidido;, afirmou.
Diferenças
Como a Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, os interlocutores avaliam com naturalidade a intenção de preservar as relações econômicas, apesar das diferenças ideológicas. Foi o que ocorreu em relação a outros países.
Depois de um início de mandato de desgaste com a comunidade árabe e a China, em decorrência da proximidade sinalizada pelo governo brasileiro com Estados Unidos e Israel, Bolsonaro cumpriu viagem de 12 dias à Ásia e ao Oriente Médio, que resultou em vários acordos e promessas de investimentos no Brasil. (RC)