Politica

Eduardo Bolsonaro: ''Se esquerda radicalizar, resposta pode ser novo AI-5''

Afirmação foi feita a Leda Nagle, em entrevista publicada no canal da jornalista na internet nesta quinta-feira

postado em 31/10/2019 12:51
[FOTO1]O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, afirmou, em entrevista divulgada nesta quinta-feira (31/10), que o Brasil pode voltar a ter um AI-5, ato institucional determinado durante a ditadura militar que dava plenos poderes ao então presidente, Artur da Costa e Silva.

"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", afirmou o parlamentar, em entrevista à jornalista Leda Nagle, divulgada pelo YouTube (assista abaixo).

Eduardo fez o comentário após comentar manifestações como a que tomam o Chile atualmente. Esta é a segunda declaração, nesta semana, em que defendeu medidas autoritárias para conter manifestações de oposição. Na terça-feira (29/10), em discurso no plenário da Câmara, ele disse que a história poderá se repetir caso manifestações como as chilenas ocorram no Brasil.

"Eles vão querer repetir no Brasil o que está acontecendo no Chile. (...) Não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter que se ver com a polícia. E, se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como a banda vai tocar", discursou.

Reações

O comentário do deputado foi seguido de uma série de críticas de políticos dos mais variados partidos. Enquanto a de seu mandato, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, chamou a fala de repugnante e a considerou "passível de punição".

Mesmo com tantas críticas negativas, no fim da manhã, Eduardo publicou a entrevista em seu perfl pessoal no Twitter e elogiou a jornalista Leda Nagle por dar chance de o entrevistado expor suas ideias:



O que foi o AI-5

Assinado pelo então presidente Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional n; 5 marcou a fase considerada mais rígida da ditadura militar no Brasil (1964-1984). O decreto conferia ao mandatário poderes como cassação de mandatos nas três esferas de poder, suspensão de direitos políticos dos cidadãos (demitir, aposentar funcionários públicos e remover), decretar estado de sítio sem retrições ao país, e legislar por decreto.



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