A expectativa era a de que a tropa de choque do PSL tentasse desqualificar o depoimento de Alexandre Frota (PSDB-SP) na CPI das Fake News. Os parlamentares da legenda que estavam presentes, todos da ala bolsonarista, no entanto, se preocuparam mais em marcar posição do que em desafiar o ex-correligionário e agora adversário. Somente Filipe Barros (PSL-PR) se preocupou em manter algum diálogo com o ex-colega de partido ; começou suas indagações chamando-o de ;amigo;. Mas seu foco foi, sobretudo, a suposta falsidade de um tuíte atribuído ao filósofo Olavo de Carvalho, apresentado por Frota na comissão.
O líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP), sequer inquiriu o depoente. Sua participação se resumiu a ataques ao deputado e à oposição, e sua fala acabou se transformando em uma troca de farpas. Em um dos momentos, o filho do presidente da República afirmou que o tucano ;era menos promíscuo quando fazia filmes pornôs;. ;Mas você assistia muito;, rebateu Frota, arrancando risos de outros parlamentares. Após terminar, Eduardo ; que foi tratado por Frota jocosamente como ;embaixador; ; deixou o local sem ouvir a réplica.
Antes, a deputada Caroline de Toni (PSL-SC) insistiu no mesmo ponto que Filipe Barros, o suposto tuíte de Olavo, e também em uma postagem de Frota na qual ela aparece numa foto com o blogueiro Allan dos Santos ; responsável pelo site bolsonarista Terça Livre ; e mais uma pessoa ; o tucano acusou o trio de integrar o grupo que promove linchamentos virtuais dos adversários. Ela, no entanto, fez como Eduardo, e deixou o local sem ouvi-lo.
Já a deputada Bia Kicis (PSL-DF), outra expoente do bolsonarismo, também esgrimiu com Frota. Diferente de Eduardo, escutou-o, mas deixou a comissão em seguida, para voltar no final e falar novamente, dessa vez sem perguntas direcionadas ao depoente. (LC)
Presidente aciona PGR para afastar Bivar
O presidente Jair Bolsonaro e um grupo de 23 parlamentares do PSL acionaram, ontem, a Procuradoria-Geral da República para pedir o afastamento do atual presidente nacional da sigla, o deputado federal Luciano Bivar (PSL-PE), e a suspensão dos repasses ao partido de recursos públicos do Fundo Partidário. O episódio marca mais uma ofensiva do presidente e de uma ala de deputados do PSL contra a atual direção do partido. O presidente o parlmentar duelam pelo controle da legenda. No centro da disputa, um quinhão de R$ 110 milhões, valor do Fundo Partidário previsto para o PSL só neste ano.