O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) disse nesta terça-feira, 29, na Câmara, que caso protestos como os que ocorrem no Chile cheguem ao Brasil, os manifestantes teriam de "se ver com a polícia". Numa eventual radicalização, segundo o deputado, "a gente vai ver a história se repetir", sem mencionar a que fato histórico se refere.
"Não vamos deixar, não vamos deixar isso aí vir para cá. Se vier para cá, vai ter de se ver com a polícia. E se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir. Aí é que eu quero ver como é que a banda vai tocar", disse o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Para o líder da bancada do PSL na Câmara, o Chile é a referência da América Latina com relação à economia. "Quando José Piñera fez as reformas nos anos 1980 sob a presidência de Pinochet, botou o Chile num círculo virtuoso que até hoje, mesmo quando entra uma esquerdista como a (Michelle) Bachelet no poder, ela não consegue alterar", disse. Segundo ele, no Chile, "essa galera está doida para voltar ao poder pra mamar de novo nas estatais".
Ao fim do pronunciamento de Eduardo Bolsonaro, foi possível ouvir gritos de indignação, vaias e aplausos no plenário da Câmara. Mais de 1 milhão de chilenos marcharam pacificamente contra a desigualdade em Santiago na última sexta-feira, no maior protesto desde o retorno do Chile à democracia em 1990.