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Em carta, governadores do NE defendem Paulo Câmara após crítica de Bolsonaro

Oito governadores do Nordeste assinaram nesta sexta-feira, 18, uma carta em solidariedade ao colega de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), chamado de "espertalhão" pelo presidente Jair Bolsonaro por fazer propaganda da versão estadual do décimo terceiro salário do Bolsa Família, um programa federal. Em mensagem publicada no Twitter, Bolsonaro atacou Câmara. "A desonestidade ainda persiste na política. O espertalhão da vez agora é o governador de Pernambuco, do PSB. Mas o povo de bem reage às mentiras", escreveu ele, que também postou um vídeo de um homem criticando a iniciativa do governador. Câmara respondeu que, em abril, antes de Bolsonaro assinar a Medida Provisória que instituiu o pagamento do décimo terceiro para beneficiários do Bolsa Família, o projeto já havia sido aprovado em Pernambuco pela Assembleia Legislativa. A MP de Bolsonaro foi assinada nesta semana. "A campanha eleitoral terminou. Em qualquer tempo, não faz sentido dedicar energia apenas para fabricar intrigas. É hora de governar. Fomentar falsas polêmicas só gera mais atraso. O Brasil tem 12 milhões de desempregados, com aumento da informalidade", disse Câmara, também pelo Twitter. Os governadores saíram em sua defesa, sob o argumento de que, "além de inverídica", a mensagem publicada por Bolsonaro possuía um "tom inaceitável" e tornava-se ainda mais grave por ser assinada pela mais alta autoridade do Executivo. "É profundamente lamentável que a missão confiada ao atual presidente seja transformada em um vergonhoso exercício de grosserias e, neste caso, também na propagação de falsidades", afirma a carta, classificada pelos signatários como "nota de repúdio". Para os governadores, a "verdade dos fatos" prevaleceu na resposta de Câmara a Bolsonaro. "O Brasil precisa de seriedade, solidariedade, espírito público e entendimento. O país precisa de reunião de esforços para superar enormes desafios. É fundamental que este compromisso, que todos esperamos ver cumprido pelos gestores públicos, não seja debochadamente ignorado por alguém que deveria ser uma de suas maiores referências", diz o texto. A carta é assinada pelos governadores Rui Costa (Bahia), Renan Filho (Alagoas), Camilo Santana (Ceará), Flávio Dino (Maranhão), João Azevedo (Paraíba) e Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte) e Belivaldo Chagas (Sergipe).