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Politica

Brasília-DF

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PSL instala o pior
dos mundos em política


As gravações de conversas reservadas de reuniões divulgadas nos últimos dias levaram o signo da desconfiança para as relações congressuais e de governo, o que pode atrapalhar o bom andamento dos projetos do Executivo no Congresso. Ninguém confia mais em falar abertamente nas reuniões, depois que deputados gravaram o presidente da República, e até os próprios colegas. ;Eles demonstraram um modus operandi;, disse à coluna o deputado líder do PSD, Domingos Neto (CE), que apresentará um projeto de resolução ;emenda ao regimento interno da Câmara ; para que o deputado que gravar outro na Casa responda no Conselho de Ética.

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Até no governo a desconfiança está instalada. O ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, não se sente mais à vontade para conversar por telefone
com deputados do próprio partido do presidente. A suspeita mina as votações e torna mais difícil fluir os projetos de interesse do Palácio do Planalto no Legislativo. O pior dos mundos.

Foco na despesa I
O presidente Jair Bolsonaro não está com pressa para sair do PSL. Seu esforço hoje é para mostrar que não foi conivente com a má aplicação dos recursos partidários ao longo dos últimos cinco anos. Há quem diga que o atual presidente do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), não tem saída e que esse jogo ainda vai virar.

Foco na despesa II
As mudanças na comissão executiva do PSL foram vistas por setores ligados a Bolsonaro como uma forma de Bivar criar uma cortina de fumaça para não apresentar as contas dos últimos cinco anos, requisitadas judicialmente. Enquanto não forem exibidas de forma transparente, as ações judiciais não cessam. Ainda que Bolsonaro saia do partido, a ordem é expor onde foi parar o dinheiro do fundo partidário.


;Do jeito que vai, tem que colocar um ofurô na liderança do PSL;

Do líder do PSD, Domingos Neto, ao comentar
que ninguém vai mais conversar vestido ali, depois das gravações de conversas reservadas
no partido de Bolsonaro.


Segura o juiz!!
A pesquisa FSB/Veja traz um recado para Bolsonaro, segundo seus próprios aliados: é preciso tratar Sérgio Moro a pão-de-ló. Afinal, o ministro da Justiça é o único, a preços de hoje,
que derrota o presidente em uma disputa
mano a mano.

Tem jeito
A performance de Moro leva Bolsonaro a retomar o projeto de indicar o ex-juiz ao Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, desloca um potencial adversário para um lugar irrecusável.
Até hoje, o único jurista que não quis saber da Corte foi o ex-deputado Sigmaringa Seixas, nos governos Lula e Dilma.