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''Não esperava nenhum tipo de gentileza'', diz Joice sobre destituição

Joice Hesselmann disse, ainda, que não esperava uma atitude diferente do governo quando assinou a lista de apoio ao líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO)

[FOTO1]Em conversa com a imprensa durante uma convenção extraordinária do PSL na sede do partido, no Brasil 21, na manhã desta sexta-feira (18/10), a vice-líder da legenda, Joice Hesselmann, comentou a sua destituição do cargo de líder do governo no Congresso. Ela ficou sabendo da iniciativa do governo Bolsonaro pela imprensa, mas afirmou que "injustiça" é uma palavra forte para definir o que aconteceu.

"Foi ingrato, mal educação. Eu fiquei sabendo pela imprensa. Mas eu conheço o jeitão. Não esperava nenhum tipo de gentileza. Eu sei quem é o presidente, respeito o presidente, ou era o presidente, ou era o Hadad, não tinha o que fazer. Eu acreditei na mudança e continuo acreditando, mas acho que a melhor ajuda dá quem mostra os erros. Quando você tem uma sombra de pessoas dizendo só amém, isso prejudica o Brasil", avisou.

Joice Hesselmann disse, ainda, que não esperava uma atitude diferente do governo quando assinou a lista de apoio ao líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (GO). "Não fiz pra prejudicar ninguém. Dei a minha palavra. Não vou sacrificar minha palavra e minha honra por conta de dois meses na liderança, botando um menino na liderança que não consegue nada sozinho. Nem com a ajuda do pai conseguiu a maioria para estar líder do PSL", disparou contra Eduardo Bolsonaro.

"Gosto do Eduardo como parlamentar, mas tudo que ele conseguiu foi à sombra de alguém. E se conseguisse ser líder, e se conseguir, porque a pressão continua, um líder nasce líder, busca e exerce a liderança. Não é ninguém ligando para mandar assinar uma lista porque ele está mandando. O partido entende que a melhor forma de ajudar o presidente é estar forte e os fortes estão abrindo suas asas para proteger aqueles que estão sendo muito pressionados, acrescentou.

Ainda de acordo com a parlamentar, ela não vai se intimidar com "meia dúzia de moleques fazendo birra". Destacou, também, que o novo líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB-TO) é aliado de Renan Calheiros (MDB-AL), criticado por alguns por representar o que o grupo chama de "velha política".

"A história de cada um fala por si só. Eu espero que ele tenha muito sucesso na liderança, vou ajudá-lo no que for preciso, porque tem muitas coisas. Vou ajudá-lo em tudo. Mas, de fato, há um alinhamento com Renan Calheiros, e a gente vê que o MDB está dominando a pauta. Alguns senadores me ligaram e comentaram que, agora, é o MDB que manda em tudo", alfinetou.

Para Joice, a crise fortalecerá e amadurecerá o partido. "A gente está vendo que são os oportunistas, nós tínhamos arapongas dentro do partido. Assumido. Prestando um serviço sabe-se lá a quem, temos que tratar da expulsão desse deputado, levá-lo para o Conselho de Ética, e saber se ele estava a mando de alguém ou se fez isso por que quis. A gente começa a ver quem são os adultos, quem são os crápulas e quem são as crianças mimadas. Agora, a maioria do partido está unida e está conseguindo segurar a bronca apesar das pressões, e veja o tamanho das pressões", garantiu.