O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer duras críticas ao exterior devido à constante exposição da Região Amazônica ao redor do mundo em razão das queimadas florestais, que mobilizaram outros países a oferecerem ajuda ao Brasil para conter a situação. De acordo com Bolsonaro, ;países de primeiro mundo estão de olho no índio, na floresta e nas riquezas mineiras da região; e ele não vai transformar a Amazônia em um ;parque ecológico para o mundo;.
;Alguns querem que nós demarquemos a Amazônia toda como um grande parque ecológico para o mundo. Isso não vai ser feito no que depender do meu governo. É buscar maneiras, como estamos fazendo, de desenvolver a região respeitando o meio ambiente;, disse Bolsonaro ontem, em entrevista à TV Aparecida.
Apesar do levantamento feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de que o número de focos de queimadas em áreas de demarcação indígena de janeiro a setembro deste ano tenha dobrado em relação ao mesmo período ano anterior ; são 5.242 focos contra 2.544 dos nove primeiros meses de 2018 ;, Bolsonaro garante que ;nós temos uma das médias menores dos últimos 15 anos; e que ;não tem por que do alvoroço;.
;Aquela região, desde há muito, tem problemas com queimadas. Só pelo seu tamanho, é impossível tomar conta de tudo aquilo, mas fazemos nossa parte;, afirmou o presidente. ;Quando nós dermos o título de propriedade para muita gente que não tem naquela região, ao identificarmos qualquer anormalidade saberemos quem é o responsável. Alguns países têm aquilo como área sua. E qualquer problema que tenha em especial no meu governo, que não é de esquerda, que era tão elogiada por eles, nos atacam;, complementou.
Ontem à tarde, ele foi um dos holofotes em Aparecida (SP), em razão dos festejos da padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida. Primeiro mandatário do país a visitar a cidade em um 12 de outubro, o presidente assistiu a uma missa de celebração à homenageada do dia e teve de lidar entre vaias e aplausos dos milhares de fiéis presentes no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Mais acostumado a ser ovacionado, o presidente fechou o rosto e pareceu surpreso com a acolhida, mas foi aplaudido após subir ao altar para fazer a Primeira Leitura ; uma parte da liturgia.
Antes disso, em uma missa pela manhã, o arcebispo do município paulista, dom Orlando Brandes, fez críticas à política governamental. Com um sermão acalorado, o religioso alertou para a presença do ;dragão do tradicionalismo; no país, sem citar nomes. ;Nas escrituras, o dragão é o demônio, é o diabo, é o mal que desorganiza tudo. Satanás também tem as suas comunidades, grupos do mal, que tentam e atentam contra a vida;, explicou. O presidente deixou o santuário sem falar com a imprensa. À noite, ele viajou para a capital paulista, onde assistiu ao jogo entre Palmeiras e Botafogo, válido pelo Campeonato Brasileiro.
- Villas Bôas recebe alta
O general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército e atual assessor especial do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), recebeu alta hospitalar ontem, após resolução do quadro respiratório que provocou sua internação. Villas Bôas estava internado desde o dia 6 no Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, quando foi transferido do Hospital das Forças Armadas (HFA). O ex-comandante, de 67 anos, sofre de uma doença neuromotora degenerativa. Mais cedo, o GSI havia informado que o general tinha apresentado uma ;melhora considerável; do quadro. Agora, segundo a assessoria, Villas Bôas já está em casa, e continua com visitas restritas aos familiares.