O encontro, que não constava na agenda oficial do presidente, ocorreu um dia após Bolsonaro aparecer em uma live, ao lado de um apoiador, dizendo que o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), "está queimado", e sugerindo ao interlocutor para "esquecer o PSL".
Na saída da reunião, no Palácio do Planalto, Bolsonaro falou pouco. "Por enquanto, está tudo bem, não tem problema. Não tem confusão nenhuma. É que nem briga de marido e mulher. De vez em quando acontece, né?", respondeu ao ser perguntado sobre o tema. Mesmo assim, disse que vê o partido "estagnado".
Na saída da reunião, no Palácio do Planalto, Bolsonaro falou pouco. "Por enquanto, está tudo bem, não tem problema. Não tem confusão nenhuma. É que nem briga de marido e mulher. De vez em quando acontece, né?", respondeu ao ser perguntado sobre o tema. Mesmo assim, disse que vê o partido "estagnado".
Desconfortável
Presente na reunião, o deputado Bibo Nunes (PSL-RS) não quis dar detalhes sobre o que foi discutido com o chefe do Executivo federal e explicou que todos fizeram um "pacto" de silêncio a respeito do encontro. "Temos problemas que serão bem solucionados, bem solucionados. O Brasil vai ganhar com essa solução. Eu defendo o melhor para o Brasil. Seguir na linha Bolsonaro, que é o melhor para o Brasil. Participou um grupo bom de deputados, aqueles que querem o melhor do Brasil. Da reunião, vai sair o melhor para o Brasil e ele tem todo o apoio dos que têm Bolsonaro no coração", disse.Além dos parlamentares, Bolsonaro esteve reunido com o ex-ministro do TSE Admar Gonzaga e a advogada Karina Kufa. Gonzaga afirmou que o presidente está desconfortável com a situação no partido. "A única coisa que ele tem em mente é a transparência do ambiente onde ele está convivendo. Então, como isso não foi permitido no ambiente que ele se encontra, ele como tem a bandeira da nova política, da transparência com o dinheiro público, não está confortável no ambiente onde se encontra, ele e vários parlamentares", apontou.
O ex-ministro acredita que Bolsonaro conta com o apoio de mais da metade dos parlamentares do partido para deixar o PSL. ;O grupo que está aqui (reunido com Bolsonaro) está muito disposto a seguir o presidente e é um grupo bastante grande, tenho confiança de que mais da metade da bancada do partido;. Contudo, Gonzaga não revelou se o presidente vai sair do partido. "Ele não revelou esse tipo de comportamento, só está desconfortável com a situação e vamos analisar as questões", concluiu.
Desgastes
Karina Kufa reforçou que existem "diversos desgastes" dentro do PSL, o que tornou a situação insustentável para Bolsonaro. Nas palavras dela, o PSL deixou de ser uma legenda, pelo menos, transparente, e tanto o presidente quanto os deputados filiados à legenda brigam "por um partido que seja ético, transparente e que não macule a imagem de nenhum dos parlamentares e do presidente eleito;."O presidente Jair Bolsonaro sempre levantou a bandeira da ética e da transparência e exigia isso dos dirigentes do partido sempre. Mas foi muito difícil entrar em um acordo quando um partido não está disposto a abrir, simplesmente, uma votação democrática. Seja para alteração de estatuto, seja para eleição dos dirigentes", detalhou.
Segundo ela, "não dá para o presidente levar um encargo tão grande de um partido que acaba não permitindo que haja pluralidade". "A gente tem diversos deputados insatisfeitos porque não têm informação nenhuma, não têm acesso às contas e é isso que foi pleiteado. Se tem um partido, ele é um partido de todos, e os deputados têm que ter acesso. Não se pode ter votações sem qualquer participação dos próprios parlamentares", comentou Kufa.
Apesar de não confirmar se o presidente, de fato, deixará o PSL, ela já reconheceu a possibilidade. "Pode ser que sim. Aí, vai ter que estudar estratégia e avaliar. A gente já tem algo planejado, mas, obviamente, que a gente não pode apresentar as estratégias agora", respondeu. Kufa pediu rescisão contratual do partido do PSL e segue advogando para Bolsonaro.