Pressão dos partidos
Vem dos partidos e não de ministros palacianos, ou do presidente Jair Bolsonaro, a maior vontade de promover mudanças na equipe de governo, a ponto de deflagrar um jogo de empurra entre os aliados ao Planalto. Quem mais está sob ataque é o ministro da Cidadania, Osmar Terra. Os emedebistas, reunidos em Brasília para a convenção do partido, amanhã, identificam o PP do deputado Arthur Lyra (AL) e do senador Ciro Nogueira (PI) em pleno movimento para ver se arremata o cargo. O PSD, que esteve com o presidente esta semana, também sonha com um lugar ao sol.
Em tempo: esses partidos, embora estejam no centro da política, consideram que o candidato mais forte para a próxima eleição, a preços de hoje, é Bolsonaro. O ministro da Justiça, Sérgio Moro, declarou à Veja, de viva voz, que seu candidato é Bolsonaro, e o juiz, por mais que alguns tentem passar a ideia de que houve um desgaste expressivo, ainda é no imaginário popular o símbolo da luta contra a corrupção. Logo, essas legendas agora querem mais proximidade com o governo, e não um afastamento.
No Incra, nem Jesus salva
A avaliação de aliados de Bolsonaro é a de que qualquer nome que for comandar o Incra terá problemas. Isso porque o secretário de Assuntos Fundiários do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, não desistirá de influir ali. E quem for substituir o general João Carlos Jesus Corrêa só vai durar se aceitar tudo o que Nabhan determinar. Daí a dificuldade de encontrar um titular para o cargo.
Um portal chamado Eduardo
Os senadores querem aproveitar essa ;janela; até a indicação de Eduardo Bolsonaro como embaixador do Brasil em Washington para arrancar do governo tudo o que puderem. Vale desde vagas nas agências reguladoras, como a de Aviação Civil (Anac),cujas indicações Bolsonaro retirou menos de 24 horas depois de enviar. Leia detalhes no Blog da Denise, no site www.correiobraziiense.com.br
As voltas que o MDB dá
A chapa da nova comissão executiva do MDB não contém o ex-presidente Michel Temer, nem os ex-ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, ou os Vieira Lima. Todos protagonistas no processo de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, em 2016. Ironia do destino, a tesouraria ficará com Marcelo Castro (PI), que era deputado e votou contra o impeachment.
Por falar em Michel...
O ex-presidente não confirmou presença na convenção do MDB, amanhã. Se comparecer, será surpresa até para seus mais fiéis escudeiros. Há quem diga que Temer não quer se expor a qualquer constrangimento.
Resta um
Atual presidente, o ex-senador Romero Jucá terá espaço na Executiva. Será vogal. Assim, evitará que os novos comandantes critiquem a gestão anterior.
Renan e Lula// O senador Renan Calheiros (MDB-AL) trata de delimitar seu campo na política ao elogiar a concessão a Lula de um título de cidadão honorário da capital francesa. ;Paris é o berço do Iluminismo e das liberdades. Lá nasceu o combate ao absolutismo europeu na Idade Média, o período das trevas. Nada mais natural que essa homenagem;, escreveu o emedebista em seu Twitter.
Renan e Alagoas// Explica-se a proximidade: em território alagoano, Lula é considerado o maior eleitor, assim como em praticamente todo o Nordeste.
Caiu na brincadeira// Bolsonaro saiu-se com esta, ao ver o presidente da Frente Parlamentar do Agronegócio, deputado Alceu Moreira (MDB-RS), com um laço rosa na lapela: ;Aí, Alceu, de laço rosa?!!;. O parlamentar gaúcho ficou todo desconcertado. Lá pelas tantas, tirou o lacinho.
É assunto sério// O lacinho rosa que muitos parlamentares exibem por esses dias é para lembrar sobre a necessidade dos exames anuais para prevenção do câncer de mama, uma doença que mata se não for tratada logo no início. Não sei o que é pior: o presidente brincar com uma simbologia séria ou o deputado tirar o lacinho. Ah, que canseira... #prontofalei.